São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 1995
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Teste pode detectar ancestrais

DA REPORTAGEM LOCAL

Testes com DNA, o material genético da célula, não servem apenas para legitimar paternidades e culpar ou absolver suspeitos.
Pesquisadores têm procurado no DNA pistas que possam ajudar a entender a evolução do homem, as primeiras migrações humanas da história do planeta e o aparecimento de raças e povos.
Há dois tipos de DNA na célula: do núcleo e mitocondrial. Escondido numa estrutura celular conhecida como mitocôndria, ou "fábrica de energia da célula", o DNA mitocondrial tem se tornado o objeto de estudo favorito dos cientistas.
A razão disso é o DNA mitocondrial que pode ser usado como uma espécie de máquina do tempo que permite traçar a ancestralidade de uma família ou grupo.
O DNA mitocondrial só é passado de mãe para filha, intacto. Em teoria, filhas, mãe, avó e bisavó têm esse DNA idênticos.
Ao contrário do DNA nuclear, o mitocondrial não sofre recombinação. A recombinação, onde partes do DNA paterno e materno trocam pedaços, é um dos fenômenos responsáveis pela variabilidade genética dos seres vivos.
Esse fenômeno acontece durante a formação do espermatozóide e do óvulo. Assim, nenhum dos gametas será igual ao outro, nenhum filho será igual ao outro.
Sofrendo recombinação, o DNA do núcleo vira uma "colcha de retalhos", um material difícil de ser analisado.
Já o mitocondrial sofre apenas modificações casuais, chamadas mutações. Quanto menor o número de mutações, mais antigo é o antepassado de uma pessoa ou o ancestral de um ser vivo.
Isso porque as mutações ocorrem ao longo do tempo e, quanto mais diferente for o DNA de duas pessoas ou animais, menos aparentados eles serão.

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