São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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Nos EUA, dá para casar e fazer análise no carro

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Nos EUA -onde se diz que "tempo é dinheiro"- hoje é possível fazer compras, ir ao cabeleireiro, consultar uma psicanalista e até casar sem sair do carro.
Desde 1991, casais apressados podem se casar em menos de 15 minutos na janela drive-thru da "Little White Chaple" (Capelinha Branca), em Las Vegas.
Cerca de 1.500 casais procuram mensalmente o serviço de casamento expresso.
A idéia da capela drive-thru surgiu quando a reverenda Charlotte Richards, 53, fazia o casamento de um casal de paraplégicos em uma de suas cinco capelas.
"Vi a dificuldade que eles tiveram para sair do carro e entrar na igreja. Aí pensei: por que tanto trabalho se eu posso dar a bênção no próprio automóvel? Uma semana depois, a janela estava pronta", contou Richards à Folha.
Chamada de Rainha Casamenteira do Oeste, Richards já deu a benção (como ela gosta de dizer) a mais de 500 mil casais, desde que abriu sua primeira capela em Las Vegas, há cinco anos. Richards afirma ter casado, entre outros, os atores Bruce Willis e Demi Moore o jogador Michael Jordan.
Por ser a cidade mais agitada dos EUA, Nova York é a que oferece mais opções de drive-thru.
No verão passado, um ônibus-cabeleireiro que ia de Manhattan aos Hamptons (balneário chique em Long Island) foi o sucesso da temporada. O objetivo de Gil Gamlieli, dono de um dos salões mais caros da cidade, era poupar o tempo de suas clientes.
"Todas queriam chegar nos Hamptons com cabelo perfeito e maquiagem feita. Para que elas não perdessem as manhãs de sábado no salão, montei um ônibus-cabeleireiro", afirmou Gamlieli.
A idéia foi um sucesso e o "The Gil Gamlielli Beauty Express" (Lotação da Beleza) deverá ser reativado na primavera. "No inverno ninguém vai aos Hamtons e suspendi o serviço. Mas na primavera que vem, estou de volta".
A psicanalista Ursula Strauss aderiu à modernidade para atender melhor seus clientes e transformou sua perua num consultório ambulante com direito a sofá e tudo.
"Meus clientes viviam abandonando ou interrompendo o tratamento com a desculpa de que demoravam muito tempo para chegar ao consultório e depois voltar ao trabalho. Agora ninguém mais reclama", afirmou Strauss.
Geralmente a psicanalista pega seus pacientes e vai fazendo a consulta enquanto dirige até o local onde eles precisam chegar.
"Virei um misto de motorista e terapeuta. Pego os clientes em casa e os deixo no trabalho. A hora do almoço também é muito popular."

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