São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995 |
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Venda esfria na véspera do Natal
FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
Apesar da queda no ritmo de consumo, lojistas acreditam que vão vender igual ou um pouco menos do que no ano passado. O que é bom, dizem alguns, levando-se em conta que o Natal de 94 foi o melhor da década. No shopping Iguatemi, por exemplo, as vendas caíram 30% na sexta-feira e no sábado na comparação com a quarta-feira. "É que muitos consumidores anteciparam as compras porque iam viajar", diz Roberto Carvalho, gerente-geral do Iguatemi. Sábado, no shopping Morumbi, o movimento era mais intenso na Praça do Mercado, local em que se vendem frutas e verduras, do que nas lojas de brinquedos, vestuário e eletroeletrônicos. Valdir Reis da Silva, gerente da Laura Brinquedos, loja do Morumbi Shopping, diz que as vendas neste Natal serão 5% menores do que às de igual período de 94. "Mesmo assim, considero este desempenho bom, se levado em conta a situação financeira do consumidor. Ninguém tem dinheiro." As vendas no dia 23 de dezembro (sábado), conta ele, foram apenas 15% maiores do que às de um sábado normal. Na G. Aronson do shopping West Plaza, as vendas estavam bem devagar no sábado. Até às 13h, um dos vendedores reclamava o fato de ter realizado apenas seis negócios. Na sexta-feira, até as 13h, tinha tirado dez notas. Luis Dias, vendedor da Billbox, tradicional loja de discos do Morumbi, diz que o pico de vendas de Natal foi na quarta e quinta-feira. Os discos -típico presente de última hora- não tiveram venda recorde na véspera do Natal. Nos shoppings de desconto, o movimento também deixou a desejar. No Multilet Morumbi, vizinho do Morumbi Shopping, Andrea Noschese, proprietária da Moda 111, conta que até meio-dia do sábado tinha faturado apenas R$ 200. Na sexta-feira, a sua venda somou R$ 1.200. Promoções Para tentar manter o ritmo de vendas até o dia 24, lojistas cortam preços, esticam prazos de pagamento, dão brindes e oferecem pacotes promocionais. A Botikim, uma das mais antigas do shopping Iguatemi, cortou 10% os preços de tabela. Fora isso, oferece neste mês desconto de 15% no pagamento à vista. "Isso não é comum nas vésperas do Natal", diz Andréa Fernandes, vendedora. A Parresh, no mesmo shopping, cortou 30% os preços para quem paga à vista, informa Daniela de Sousa Apsitis, subgerente. Segundo ela, a loja decidiu vender em até quatro vezes sem juros. "Isso nunca aconteceu no shopping Iguatemi." A Johnny Lambs, da rua Oscar Freire, tenta atrair o consumidor com kits promocionais. Exemplo: se o cliente compra uma camiseta, paga R$ 47. Mas se levar também um short, paga pelos dois R$ 49,90 -só R$ 2,90 mais. Na Einsten, a poucos metros da Johny Lambs, na compra de uma camiseta o consumidor leva uma lata decorada. "O pique de Natal começou na segunda. Hoje (sábado) está mais fraco, pelo menos até agora (13h)", diz Karina Grecu, gerente. Até a Lojas Americanas do West Plaza, que tradicionalmente vende à vista, aceitava, no final de semana, cheque pré-datado para o dia 1º de fevereiro. LEIA MAIS Sobre comércio de Natal à pág. 3-3 Texto Anterior: Delphi investe para produzir mais baterias; Preço de telefone cai 2,53% em São Paulo; Empresa de alimentos fatura US$ 500 mi Próximo Texto: Consumidor prefere cartão Índice |
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