São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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Giovanni viaja para escapar do assédio

ESTANISLAU MARIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ABAETEBUBA (PA)

O meia-atacante Giovanni, do Santos, viaja de férias amanhã para local ignorado, em uma tentativa de se livrar do assédio de fãs e da imprensa no Pará.
O jogador, que chegou na quinta-feira a Abaetetuba (60 km a nordeste de Belém), cidade em que moram seus pais, deve ir para outra cidade paraense.
Desde a sua chegada, ele passou a maior parte do tempo dando entrevistas e autógrafos, tirando fotos com fãs e recebendo visitas.
A casa dos pais de Giovanni, na qual ele está hospedado, virou ponto turístico.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 7.000 pessoas lotaram anteontem, apesar da forte chuva, o estádio de Abaetetuba para assistir ao jogo beneficente dos times Amigos de Giovanni e Vênus Clube.
A partida foi organizada pela família do jogador. Cada um dos 5.700 ingressos foi trocado por um quilo de alimento não-perecível.
Apesar da chuva, a torcida ficou até o fim. O jogo terminou com a vitória por 4 a 2 dos Amigos de Giovanni. O atleta do Santos marcou o primeiro gol.
Segundo a mulher do jogador, Ana Rosa, foram arrecadadas mais de seis toneladas de alimentos, que serão distribuídas a famílias carentes da cidade.
"Teve gente que doou até 30 kg por ingresso. Montamos cerca de 900 cestas com 7 kg de alimentos cada", disse Ana Rosa.
Como os ingressos se esgotaram rapidamente, a família e a PM autorizaram a abertura dos portões do estádio.
Giovanni entrou em campo depois que as duas equipes já estavam no gramado. Os jogadores se posicionaram lado a lado, no meio-campo, para receber o homenageado.
Com o jogador, entraram também 22 meninos -filhos de amigos e parentes-, que fizeram a partida preliminar.
Giovanni, além de ter sido recebido por uma banda de música, fez a volta olímpica, sendo ovacionado por todo o público presente ao estádio.
Depois, acabou sendo elogiado em uma série de discursos das personalidades locais presentes e recebeu flores de sua mãe, Doracy de Oliveira.
O jogador não conseguiu conter a emoção. Com os olhos cheios de lágrimas, acenava para a torcida e dava entrevistas gaguejando.
Eládio Pinto de Oliveira, pai do jogador santista e um dos organizadores da partida, foi um dos que mais chorou.

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