São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 1995
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Depressão no paraíso

México e Argentina foram os países com pior desempenho econômico da América Latina neste ano, segundo a Cepal. As projeções indicam queda de 2,5% na renda nacional argentina e de assombrosos 7% no PIB do México.
Neste último, o desemprego quase dobrou e a inflação saltou de 7,1% em 94 para 48,5% neste ano. O informe chega a qualificar a situação mexicana como uma depressão sem precedentes na história moderna do país.
Nos piores anos da histórica depressão da década de 30, a economia dos EUA chegou a contrair-se 10%. Quedas tão acentuadas quanto a que se projeta para o México são casos raros.
E, quando ocorrem, normalmente estão relacionadas a guerras civis, catástrofes ou o desmantelamento de um modelo econômico, como na Rússia. O México, porém, não se enquadra em nenhuma dessas categorias, o que torna a depressão ainda mais surpreendente e dramática.
Mesmo para os que consideram que as políticas econômicas lá adotadas estavam corretas e que, depois de deflagrada a crise, a estratégia fortemente recessiva era a única alternativa, a reviravolta não deixa de ser impressionante. Há um ano o país era tido como modelo. Trata-se, evidentemente, de uma sonora lição contra o excesso de confiança nos fluxos financeiros.

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