São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995
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Exército rejeita tese do serviço voluntário

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Exército Brasileiro rejeita qualquer mudança no serviço militar obrigatório e considera a Argentina um mau exemplo.
Desde o início deste ano, os argentinos adotaram a conscrição (alistamento militar) voluntária.
Hoje, tramitam no Congresso Nacional vários projetos de lei e propostas de emendas para alterar as regras do serviço militar ou as funções constitucionais das Forças Armadas.
A que propõe a mudança mais radical é a emenda do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
Gabeira quer acabar com o serviço militar obrigatório em tempo de paz e permitir que os conscritos votem nas eleições. A emenda já tem comissão especial, e o relator é o deputado Adylson Motta (PPB-RS).
"Existem soldados que não se integram e só estão nos quartéis porque são obrigados. É preciso diminuir o número de marginalizados", disse Gabeira.
Ele está fazendo uma pesquisa na Justiça Militar para levantar o nível de deserção.
O secretário-executivo da Comissão do Serviço Militar do Emfa (Estado-Maior das Forças Armadas), coronel Gustavo Adolfo Torres Marques, resume a posição das Forças Armadas: entre a "elitização" e a "universalidade", a escolha é pela "universalidade". A opção tem razões econômicas e ideológicas.
Um soldado recruta, que passa, em média, dez meses nas Forças Armadas, recebe vencimento bruto de R$ 131,04.
"Fossem esses homens profissionais, voluntários, o encargo seria sensivelmente maior. A curto prazo, haveria o perigo de surgir um espírito profissional deturpado, com reivindicações corporativistas, logo traduzidas em sindicalismo classista", disse Torres Marques em palestra na ESG (Escola Superior de Guerra) em outubro deste ano.

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