São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995
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Avaliação da Fepasa pode adiar solução para Banespa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A solução para o Banespa, que o governador Mário Covas e o governo federal queriam pronta ainda em 1995, poderá se prolongar até janeiro se o governo de São Paulo não fechar o acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) até a próxima sexta-feira.
A empresa de consultoria contratada pelo governo paulista para avaliar os imóveis e empresas que serão entregues ao governo federal como parte do pagamento da dívida de R$ 14 bilhões com o Banespa concluiu que a Fepasa (Ferrovia Paulista S/A) vale bem menos do que imaginava o governador Mário Covas (PSDB).
A Fepasa, assim como outros bens do Estado (aeroportos, por exemplo), deverá ser entregue ao BNDES dentro do programa de privatização. A proposta de Covas é que R$ 5 bilhões da dívida sejam quitados com a venda desses imóveis.
Outros R$ 7 bilhões seriam refinanciados com a emissão de títulos do Tesouro Nacional para empréstimo ao governo do Estado. O passivo trabalhista do Banespa, no valor de R$ 2 bilhões, seria assumido pelo governo Covas.
Apesar da superavaliação do valor da Fepasa, integrantes da comissão de negociação e técnicos do BC acreditam que o acordo possa ser fechado ainda nesta semana.
A reunião de diretoria do BC, amanhã, será realizada em São Paulo para tratar do caso Banespa. Entretanto, técnicos do governo paulista dizem que a renegociação da dívida depende do acerto entre Covas e o BNDES.
Uma coisa é certa: o Banespa vai iniciar 1996 sob o Regime de Administração Especial Temporária (Raet) do BC, que deverá ser renovado no próximo dia 30.
A idéia é que o BC faça uma administração compartilhada com o governo estadual até que a situação do Banespa se regularize.
Econômico
As negociações para a compra do Banco Econômico pelo Banco Excel podem ser concluídas ainda nesta semana. O Excel pretende reabrir o Econômico na primeira quinzena de fevereiro, caso seja aprovada a proposta.
Durante três dias da semana passada, executivos do Excel estiveram em Brasília reunidos com o comitê do Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional), que estabelece o socorro do governo às fusões e incorporações bancárias.
Segundo foi acertado, o Excel não receberá dinheiro novo. Apenas será refinanciada a dívida do Econômico com o BC no valor de R$ 3,5 bilhões.
O Proer foi criado para facilitar a fusão, incorporação e venda de bancos. Os juros são subsidiados -2% ao ano acima dos papéis dados como garantia- e os prazos de pagamento são semelhantes aos da dívida externa, podendo ultrapassar 20 anos.

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