São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995
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Família pede exumação de corpo de comerciante morto após briga

DA FOLHA NORDESTE

A família do comerciante Ademir Marques Póvoa, 52, morto no domingo em Bebedouro (383 km noroeste de São Paulo), pede hoje à polícia exumação do corpo.
Póvoa morreu após discussão envolvendo três filhos da juíza e desembargadora Marilda Izique Chebabe.
O atestado de óbito indica morte por causas naturais. Mais de 30 pessoas teriam se envolvido no tumulto, segundo testemunhas.
Segundo as testemunhas, Póvoa morreu após tentar apartar briga que começou quando o comerciário Carlos Roberto Gomes, 40, conhecido como Manolo, se envolveu em discussão entre um dos filhos da juíza e uma ex-namorada.
O pai da juíza Marilda, Nelson Abreu Izique, afirmou que os netos não têm envolvimento na morte de Póvoa. Segundo ele, o atestado de óbito comprova que a morte foi natural.
Ione Póvoa Gavazzi, 44, irmã do comerciante, diz estar revoltada com a morte. "Quero justiça. Meu irmão só teve o objetivo de acabar com a briga. No final, foi vítima."
O delegado Jorge Barbosa Lino afirma que será instaurado inquérito hoje, no 1º distrito de Bebedouro, para apurar as causas da morte de Póvoa.
A discussão em que Póvoa se envolveu começou quando um dos rapazes torceu o braço de sua ex-namorada em frente ao Bebedouro Clube, segundo versão do comerciário Manolo.
Manolo interferiu na briga e acabou sendo agredido pelos rapazes, segundo depoimento que diz ter dado à polícia.
Póvoa, que assistia à briga de um bar, foi até o clube para tentar apartar e teria levado uma rasteira e dois chutes na cabeça, segundo o comerciante Paulo Moreira Filho, que também estava no local.
Póvoa morreu 20 minutos depois da agressão. Ele já havia voltado ao bar e tomava uma cerveja quando teve uma parada cardiorrespiratória.
A causa da morte do comerciante consta da autópsia feita pelo médico legista Luís Aurélio de Deus Silva, 37, que, procurado pela Folha ontem por telefone na Delegacia Seccional de Barretos, não quis comentar o resultado.
O médico Edgar Cheli Júnior, 28, que atendeu Póvoa assim que ele chegou ao Hospital Samaritano de Bebedouro, pediu um exame do corpo ao médico legista ao saber que o ele havia se envolvido em um briga antes de morrer.

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