São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995
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Duas Flóridas

FÁBIO SORMANI

ORLANDO - Os EUA vão bem, obrigado -melhores ainda quando o assunto é basquete. Aqui, na Flórida, no entanto, se respira ares diferenciados: enquanto o Orlando vai bem das pernas, o Miami começa a se afundar depois de um início auspicioso.
As enfermidades estão conspirando contra o time do técnico Pat Riley. A saber: 1) O pivozão Alonzo Mourning, em quem todo o jogo do Heat está apoiado, tem uma contusão no pé, tendo, por isso, já perdido exatos nove jogos; 2) o armador sérvio Sasha Danilovic está com o pulso machucado, de fora há oito jogos; 3) o ala Billy Owens tem um dodói no ombro e já não atua há dez partidas; 4) Rex Chapman, o outro armador do time, está com o tendão de Aquiles comprometido e não participou de nenhum jogo do campeonato.
Mas é a falta de Alonzo Mourning que o Miami mais sente. Sua ausência coincide com a queda do time. Ou ainda: das últimas 11 partidas, a equipe perdeu 9.
Já sei, você está pensando: "Mas o Orlando ficou 22 jogos sem Shaquille O'Neal e mesmo assim se manteve no topo". OK, mas não se esqueça de uma coisa: enquanto o Orlando é um time pronto, o Miami está sendo moldado pelo técnico Pat Riley.
Mais: enquanto o Orlando tem três excelentes jogadores -Shaq, Anfernee Hardaway e Horace Grant-, o Miami se apóia única e exclusivamente em Alonzo.
Fico pensando no técnico Riley: ele deve ter passado um Natal daqueles. O time cai pelas tabelas e, em sua primeira visita a Nova York, ele foi recebido sob uma estrondosa vaia -os fanáticos nova-iorquinos não se conformam com o fato de ele ter trocado os Knicks pelo Heat e muito menos ter saído sem ter dado "goodbye".
"Estamos jogando um basquete muito feio", disse Riley depois da derrota para o Detroit Pistons, sexta-feira, na sala reservada para as entrevistas pós-jogo.

Já o Orlando... Bem, depois que Shaq voltou, a alegria aumentou ainda mais na terra do Mickey Mouse -ou será de Shaq?
No mesmo Detroit, que bateu o Heat em plena Miami (84 a 75), o Orlando impôs uma aula de basquete na vitória de 94 a 79, um dia depois. Anfernee Hardaway, 22 pontos, teve atuação destacada. Grant, contundido, nem jogou.
Tudo bem, os Pistons não servem de referência, não são nenhum Chicago Bulls... Ops! Bulls? Bem, sobre o time de Michael Jordan, eu vou falar mais tarde.

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