São Paulo, terça-feira, 26 de dezembro de 1995
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Scorsese ainda crê no cinema

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Para um garoto católico do bairro do Brooklyn, em Nova York, como o cineasta Martin Scorsese já declarou várias vezes, ir ao cinema guardava um segredo tão grande quanto ir à missa aos domingos.
O retorno a esses temas estão em "A Última Tentação de Cristo" (Telecine, 14h30), a adaptação de Scorsese para o romance de Nikos Kazantzakis que reconta passagens do evangelho.
O processo mantido por Scorsese ao longo do filme é não tentar explicações para o mistério, mas mergulhar diretamente nele.
Assim, a construção de uma noção de sagrado passa, para ele, diretamente pela idéia de que tudo é fruto do homem que se transforma. Uma iluminação vinda do próprio reconhecimento da existência de uma humanidade, do divino que se encontra em um ser limitado.
E foi essa humanização que acabou fazendo do filme uma escândalo calcado nas acusações de blasfêmia. Não é o melhor Scorsese. Mas guarda ainda iluminações de gênio.

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