São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Policiais vão à Justiça se forem demitidos

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os três policiais da Polícia Federal acusados de vazar o "grampo" feito no telefone do embaixador Júlio César Gomes dos Santos, ex-chefe do cerimonial do Planalto, contrataram advogados para recorrer à Justiça se forem demitidos.
Os acusados são o ex-chefe do CDO (Centro de Dados Operacionais), delegado Mário José de Oliveira Santos, e os agentes Paulo Chelotti, irmão do diretor-geral da PF, Vicente Chelotti, e Cláudio Vieira Mendes, chefe da Divisão de Segurança de Dignatários.
A demissão dos acusados pode ser uma das conclusões da sindicância presidida pelo delegado Galileu Pinheiro. Se isso acontecer, a Polícia Federal vai instaurar inquérito disciplinar para efetivar as demissões.
Na sindicância, os acusados assumiram apenas a entrega dos documentos ao ex-presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) Francisco Graziano. Eles reconheceram ter cometido uma falta administrativa sujeita a penas de advertência ou suspensão.
Os policiais disseram que desconhecem quem repassou os documentos do "grampo" à imprensa. Os três acusados negaram que a escuta telefônica atendeu a um pedido de Graziano, desafeto do ex-chefe do cerimonial.
O delegado Mário Santos afirmou que entregou o resumo das degravações e a cópia da fita ao agente Cláudio Mendes por ter recebido a garantia de que o assunto seria encaminhado ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Mendes disse que repassou os documentos a Paulo Chelotti, ex-assessor de Francisco Graziano no Incra. O resultado final da sindicância será divulgado antes do dia 22 de janeiro.
(AG)

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