São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Mais trabalham por menos

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre dezembro de 1994 e outubro deste ano, o número de pessoas empregadas na Grande São Paulo aumentou de 7,130 milhões para 7,164 milhões (mais 34 mil pessoas), segundo o Seade.
O aumento do nível de emprego não fez crescer a massa salarial total das pessoas que ficaram ou que entraram no mercado de trabalho.
Embora em maior número, na média, os 7,164 milhões de hoje estão ganhando todos os meses R$ 424 mil a menos do que os 7,130 milhões que estavam empregados ao final do ano passado.
Ou seja, há mais pessoas trabalhando por menos na cidade.
Concentração
As maiores perdas salariais concentraram-se, desde dezembro passado, nas três faixas com maior rendimento (que perfazem os 50% mais ricos) da pesquisa.
Os 25% mais pobres vinham tendo ganhos salariais até agosto. Agora, também começam a perder, coincidindo com o início da nova política salarial.
Nesta faixa está concentrada boa parte das categorias com sindicatos menos organizados e, em muitos casos, sem representação nas negociações salariais.
Também concentram-se aí algumas das categorias com maior número de trabalhadores em São Paulo, como construção civil e setor de serviços.
Se o rendimento real tivesse ficado estável durante todo o ano de 95, os R$ 424 mil que deixaram de entrar na economia equivaleriam à demissão de 1.050 trabalhadores (considerando que mais de 50% ganham hoje menos de R$ 400,00/mês).
(FCz)

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