São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Chuvas impedem perdas maiores na próxima safra

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

As chuvas que caíram nos últimos dias na região Sul do país permitirão o replantio das lavouras de milho e de soja, especialmente no Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina, Estados que foram mais afetados pela seca.
No Paraná as plantações não foram muito prejudicadas porque choveu no início do mês.
O maior replantio será do milho. Paulo Molinari, analista da empresa Safras e Mercados, diz que a quebra do milho é maior porque a seca pegou as espigas na fase do "pendoamento" (começando a se desenvolver).
A perda no caso do milho estava prevista em 50% do total de 5,4 milhões de toneladas nos dois Estados. Com o replantio, a perda será menor e a safra deve atingir entre 3 milhões e 3,5 milhões, calcula o analista.
No caso da soja, o replantio deve atingir 30% da área cultivada. O arroz não sofreu com a seca, pois a quase totalidade das plantações é irrigada.
Para o economista Fernando Homem de Melo, professor da USP, "o mais importante é que as chuvas voltaram, permitindo a retomada das atividades agrícolas".
Assim, a perda anteriormente estimada (entre 3 milhões e 5 milhões de toneladas de grãos, somente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina) será menor, diz.
Ele diz que não é mais possível o plantio de feijão. É que a primeira safra está em fase final de colheita. A segunda safra será plantada em fevereiro, e a terceira, em maio e junho.
Melo também entende que a perda da soja será menor do que a do milho. O Estado de São Paulo, segundo o professor da USP, não foi muito afetado pela falta de chuvas. O que houve, segundo ele, foram chuvas irregulares -mais em algumas regiões e menos em outras.
Assim, o Estado não perderá muito em termos de safra. O Paraná, segundo Melo, terá perda de produtividade.
O consultor de economia agrícola André Pessoa, da empresa MB Associados, afirma que ainda é cedo para qualquer avaliação sobre o resultado das chuvas dos últimos dias.
"É preciso esperar a reação das lavouras." Dependendo da intensidade das chuvas, Pessoa diz que as lavouras podem se recuperar. "Mas as que receberam chuva em excesso podem ser prejudicadas."

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