São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995 |
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Osbourne retorna mais próximo dos anos 90
LUIZ ANTONIO RYFF
Botou o pé na estrada e lança seu novo disco, "Ozzmosis". Vencida a batalha contra as drogas e o álcool -que o impediam de decorar as letras-, ele conseguiu fazer um disco livre de gorduras. Quem o viu no festival Monsters Of Rock deste ano, percebeu a diferença do volumoso Ozzy que aportou por aqui no primeiro Rock In Rio, em 1985. "Ozzmosis" abre com "Perry Mason" -nome do personagem de uma antiga série televisiva. Talvez a melhor faixa do álbum. Pesada, como convém, baseada em um fraseado hipnótico, no estilo do Black Sabbath. Não é a toa que Ozzy está escoltado por Terry Geezer Butler, seu antigo companheiro na banda. A banda é afinada, músicos com quem Ozzy está habituado a tocar, como o guitarrista Zakk Wylde e o baterista Deen Castronovo. A grande surpresa está na presença do mago do rock progressivo Rick Wakeman (ex-Yes) pilotando os teclados -em conjunto com Michael Beinhorn. Depois de produzir outras bandas de metal, como Soundgarden, Beinhorn faz o mesmo com o Ozzy. O guitarrista Steve Vai dá uma mãozinha na composição em "My Little Man", um bom rock escrito em parceria com Ozzy -surpreendente, já que Vai é melhor guitarrista do que compositor. Uma bela introdução de piano e guitarra abrem a lenta "Old L.A. Tonight", que encerra "Ozzmosis". Quem não conhece bem o cantor se espanta com esse seu lado. Mas ele já fez ótimas baladas, como "So Tired", no disco "Bark At The Moon". O melhor da música, contudo, é o inspirado solo de guitarra de Zakk Wylde. Na capacidade de revelar grandes guitarristas, Ozzy está para o heavy metal como John Mayall está para o blues. Ozzy praticamente descobriu Randy Rhoads, Jake E. Lee, Brad Gillis e Zakk Wylde. Embora sem a mesma criatividade e virtuosismo de seus antecessores, Wylde não faz feio. Ele consegue a proeza de fazer com que Ozzy soe mais próximo dos anos 90. É verdade que o guitarrista usa e abusa de distorção, mas consegue criar solos diversificados. (Luiz Antônio Ryff) Disco: Ozzmosis Artista: Ozzy Osbourne Lançamento: Sony Quanto: R$ 18 (o CD, em média) Texto Anterior: Grupo Queen volta em trabalho póstumo Próximo Texto: O quê? Recomeçou a guerra, santa? Índice |
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