São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 1995
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Privatizar a CEF

O programa de demissões voluntárias da CEF (Caixa Econômica Federal) parece ser uma iniciativa no sentido de enxugar, ainda que tardiamente, os excessos de pessoal da empresa. Mas, se a busca de eficiência é certamente uma obrigação de qualquer organização, no caso da CEF a privatização parece ser o desfecho mais apropriado.
Sem prejuízo das melhorias gerenciais que venham a ser adotadas, qualquer processo de racionalização que não queira cair no vazio deve ser entendido como passo inicial para a venda da empresa ao setor privado. Lembre-se, aliás, que entre o anúncio de medidas visando à eficiência no setor público e a obtenção de resultados concretos há uma grande distância.
Nada garante, ademais, que uma estatal eventualmente melhor administrada em um determinado governo não venha a ser instrumento de uso político na gestão seguinte. A única maneira de assegurar que as estatais não sirvam à manipulação política é vendê-las.
Além de seguir ao critério geral de que o Estado deve ater-se a suas funções precípuas, a conveniência de desestatizar a CEF é reforçada pelo fato de que já existe outro banco federal, cujas agências estão amplamente distribuídas pelo território nacional. Se já é duvidosa a necessidade de manter o controle do Estado sobre o Banco do Brasil, agarrar-se também à posse da CEF parece absolutamente injustificável.

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