São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
ENTENDA O CASO A gravação - O ex-árbitro Wilson Roberto Catani conta, em conversa telefônica com o jornalista Alexandre Reis, existir um esquema para "fabricar" resultados favoráveis ao Botafogo de Ribeirão Preto na Série A-2 do Campeonato Paulista de 95. Diz que o Botafogo pagou a ele R$ 18 mil pela intermediação do negócio junto aos árbitros de seis partidas do clube, o que resultou na classificação à Série A-1 como terceiro colocado da A-2. Catani diz ter três cheques de Laerte Alves, citando o valor e o número de um dos cheques e o número correto do CPF do presidente do Botafogo. Ele afirma ainda ter negociado com outros clubes, incluindo Corinthians, Palmeiras, Ponte Preta, Comercial e União São João. A divulgação - A Folha divulga no dia 18 de outubro, com exclusividade, o conteúdo da fita. A negativa - Catani e o presidente do Botafogo, Laerte Alves, negam haver arranjo. Os dois afirmam que não se conhecem. Catani diz que "brincou" com Alexandre Reis. Os árbitros citados na gravação -Marcos Fábio Spironelli e Dionísio Roberto Domingos- também negam participação no suposto esquema. As providências - O Ministério Público determina à polícia a abertura de um inquérito para apurar o caso, nomeando o promotor Antonio Alvarenga Neto para acompanhar as investigações. O MP também pede a quebra do sigilo bancário de Catani. A Federação Paulista de Futebol entra com representação junto ao Ministério Público e determina uma sindicância interna na comissão de arbitragem, mas confirma o resultado da Série A-2 e a ascensão do Botafogo. O Santo André, quarto colocado na A-2, pede à FPF a vaga do Botafogo na A-1 em 96, sem sucesso. A contradição - Uma foto feita pela Folha na festa de comemoração da classificação do Botafogo à Série A-1, no dia 27 de agosto, mostra que Catani estava presente, ao contrário do que sempre afirmara. O ex-vice-presidente financeiro do Botafogo, Nelson Cesar Giacomini, e o ex-árbitro Dulcídio Wanderley Boschila dizem ter visto Catani procurando por Laerte Alves no Botafogo em ocasiões anteriores à divulgação da fita. A investigação - O delegado Silvio Tinti, da Divisão de Comunicação Comunitária da Polícia Civil, interroga as pessoas citadas na fita. O inquérito é sigiloso, ou seja, o conteúdo dos depoimentos e as provas colhidas não podem ser divulgados. Texto Anterior: Ex-juiz nega à polícia ter participado de 'suborno' Próximo Texto: Polícia apreende arma e agenda Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |