São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 1995 |
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Manipulações Há um ditado popular que diz que "em briga de comadres, se dizem as verdades". Parece estar havendo um pouco disso na novela "Igreja Universal versus Rede Globo". De ambos os lados surgem denúncias explosivas, que, se comprovadas, comprometem gravemente a credibilidade das duas partes, para dizer o mínimo. A Igreja Universal é acusada, com o suporte de um vídeo feito por um dissidente, de manipular os fiéis para deles extrair doações. A TV Record, de propriedade da igreja, responde com a acusação de que a Globo manipulou a fita que detonou a guerra entre as duas entidades, igualmente amparada em teipe exibido ontem de madrugada. Se verdadeira, esta segunda manipulação é também muito grave. Uma empresa de comunicação não tem o direito de distorcer informações deliberadamente com o intuito claro de atingir uma concorrente. Mal comparando, seria o mesmo que, por exemplo, a Coca-Cola falsificar um vídeo para "provar" que ratos saltam de garrafas da Pepsi-Cola. Os episódios mais recentes da novela servem, de todo modo, para reforçar a avaliação já feita por esta Folha: trata-se de uma guerra comercial e, nestas, não costuma haver lugar para santos. Por isso mesmo, em face de capítulos tão lamentáveis dessa história, é conveniente que se apure a fundo cada um deles. Texto Anterior: Ressaca, outra vez Próximo Texto: Locomotiva de museu Índice |
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