São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
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Garota que estava com Edmundo quer paz
CECÍLIA BARROSO
Ela estava no carro do jogador de futebol Edmundo, que bateu em um Uno, na Lagoa (zona sul do Rio). O atleta tinha acabado de sair da boate Sweet Home. No Cherokee do jogador estavam, além de Roberta, Débora Farias da Silva, 21, Markson Gil Pontes, 31, e Joana Martins Couto, 16, que morreu no Hospital Miguel Couto. "Ela era minha melhor amiga. Na última noite, antes do acidente, Joana dormiu na minha casa", lamenta Roberta. O Uno era dirigido por Carlos Frederico Brites Pontes, 23, que morreu no local do acidente. Ele estava acompanhado da namorada Alexandra Cristine Perrota, 20, que morreu no hospital, e de Natasha Marinho Ketsze, 19. Roberta disse que a perícia comprovou mais tarde o que ela havia dito em entrevista coletiva no escritório do seu advogado Edmundo Coelho: o jogador estava correndo. Em uma primeira entrevista, ela havia dito que o jogador não tinha culpa pelo acidente, mas depois se arrependeu. Ela afirmou que conheceu o jogador há cerca de três meses no bar Viajandão, na Barra, (zona oeste). Depois disso, costumava encontrá-lo em boates como a Bússula ou a Sweet Home. "Não quero mais pensar nisso. Perdi minha melhor amiga e estou abalada. A noite é um grande desfile de moda onde as pessoas procuram um brilho que não existe." Desde o dia em que sofreu o acidente, Roberta não sai do apartamento onde mora com o irmão e a mãe, em Ipanema (zona sul). Em relação ao rumo que o jogador Edmundo terá, ela destaca que não pensa sobre o assunto. "Não estou aqui para julgar ninguém." Roberta lembra que a melhor coisa que lhe ocorreu em 95 foi o nascimento do filho Guilherme que, em janeiro, completa dois anos. "Ele foi a coisa mais importante neste período. Quero criá-lo com carinho e responsabilidade". Em 96, a jovem pretende se mudar com a família do apartamento em que vive. "Ele me traz recordações tristes. Além disso, quero voltar a estudar, pois parei no 3º ano do 2º grau", disse. Ela quer, ainda, trabalhar com o pai em uma das drogarias que ele possui nas zonas sul e norte do Rio e fazer faculdade de teatro. * Colaborou Cecília Barroso - Free-lance para a Folha Texto Anterior: Ferido espera ano ainda pior Próximo Texto: Estudante passa o dia ouvindo rap Índice |
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