São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
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Mercado de TV paga no país viverá guerra em 96
ELVIRA LOBATO
As concorrências abrirão espaços para investimentos em 16 Estados. O Nordeste (à exceção de Fortaleza) não dispõe de TV paga. O mesmo acontece na região Norte (onde só existe concessão para TV paga na cidade de Belém) e em grande parte da Centro-Oeste. Hoje, só dez Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Ceará e Pará) e o Distrito Federal têm acesso à TV paga por microondas ou cabo. Mesmo assim, grande parte destes Estados continua desatendida. O mercado de TV paga fechou 95 com cerca de 1 milhão de assinantes. Até o final de 96, segundo as empresas, o número chegará a 2,7 milhões, o que significará faturamento de US$ 1 bilhão só em mensalidades pagas por usuários. As empresas projetam números inacreditáveis para o mercado no Brasil e na América Latina. Segundo estudos da TVA, do grupo Abril, a América Latina tem um potencial para 30 milhões de assinantes de TV paga, o que, traduzindo em cifras, equivaleria a um faturamento anual de US$ 14,4 bilhões com a venda do serviço. A Globo projeta que no ano 2005 a América Latina terá 23 milhões de assinantes de TV paga, dos quais 11 milhões estarão no Brasil. Na avaliação da empresa, a TV paga por cabo concentrará dois terços dos assinantes. Um dos critérios para as estimativas do potencial de TV paga é a relação entre o número de residências com aparelhos de televisão e o número de usuários de TV paga. No Brasil, existem 32 milhões de residências com aparelhos de televisão, dos quais menos de 3% são usuários de TV paga. Na Argentina (onde a TV paga chegou há mais de 20 anos) existem 10 milhões de residências com televisão e 46% delas têm TV paga. Nos EUA, mais de 60% das residências têm TV paga. Em 96, o mercado vai se agitar não só pela abertura de concorrências pelo governo, mas também pelo lançamento de uma nova modalidade de TV paga: o DTH (Direct to Home, ou "direto para casa"), onde os canais serão captados por miniantenas parabólicas. O primeiro a oferecer o DTH, no final de março, será a TVA, do grupo Abril, que usará a marca comercial DirecTV. O projeto é fruto de uma parceria que reúne os grupos Abril, Cisneros (Venezuela), Multivisión (México) e Hughes Communications (EUA). O mercado alvo das miniparabólicas são os fazendeiros ricos e as famílias de alta classe média que vivem em bairros afastados dos grandes centros urbanos. Texto Anterior: Desconto de assalariado cai em janeiro Próximo Texto: Grupo Abril já tem 11 sócios estrangeiros Índice |
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