São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 1995 |
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Homens trocam enxada por costura Eles são 30% dos funcionários DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA A chegada das indústrias de Taiwan a Acarape e Redenção, no Ceará, fez com que muitos homens trocassem a enxada por uma máquina de costura. A diretoria da Kao Ling estima que 30% dos seus funcionários são homens.O costureiro Antônio Pereira Dias, 21, há seis meses na profissão, disse que o fato de sua mulher trabalhar junto com ele ajudou-o a superar a vergonha que sentia quando começou a costurar roupas. "Atualmente, acho uma besteira o pensamento machista que eu tinha. É melhor estar fazendo um trabalho de mulher do que ficar sem fazer nada, vagabundeando por aí", disse. Funcionário da Cooperativa Municipal de Redenção, Dias fatura cerca de R$ 200 por mês, costurando uma média de 18 calças jeans por dia. Sua mulher, Fátima, mantém a mesma média de produção. A ex-professora primária Noélia Bernando Costa, 29, afirmou que não teve dúvidas em trocar a sala de aula pela vida de costureira. "Aqui há mais trabalho, mas eu ganho o triplo do que ganhava como professora", disse. A costureira Maria de Nazaré Silva, 34, disse que o emprego na cooperativa mudou a situação em sua casa. Ela ganha agora o dobro do salário do marido, que trabalha no cultivo de cana-de-açúcar. "Depois que eu comecei a trabalhar, senti que meu marido está me respeitando mais e meus cinco filhos me olham com mais admiração", declarou. Texto Anterior: 'Negócio da China' chega ao sertão do Nordeste Próximo Texto: Incentivos atraem 273 empresas Índice |
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