São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995
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PT briga e pede fim de âncora cambial

DENISE MADUEÑO
FLÁVIA DE LEON

DENISE MADUEÑO; FLÁVIA DE LEON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT tentou ontem iniciar uma discussão sobre mudanças no Plano Real, mas acabou gastando boa parte do tempo procurando um culpado para a derrota do candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Os economistas do partido foram os responsáveis pela discussão mais áspera durante o debate dos parlamentares com a direção do PT. O partido estabeleceu, na reunião, que vai exigir do governo o fim da âncora cambial (garantia da estabilidade do Real com base nas reservas que o país mantém em dólares).
O economista Paulo Nogueira Batista atribuiu ao deputado Aloizio Mercadante (SP), vice de Lula nas eleições, uma avaliação equivocada do Plano Real, o que teria levado o PT à derrota.
Mercadante se defendeu: "Nunca houve divergência de diagnóstico, mas de alternativa", disse.
Mercadante é acusado por um grupo de economistas do partido de ter defendido a idéia junto a Lula de que o Plano Real não se sustentaria durante o processo eleitoral.
O deputado apresentou na reunião um documento do partido, de junho do ano passado, como prova de que a avaliação não foi errada. O documento é assinado pelo coordenador do núcleo de economistas do PT, Paulo Passarinho.
O texto afirma que há possibilidade real de "reversão das expectativas eleitorais favoráveis a Lula" com estabilidade temporária da economia, inclusive às vésperas de eleições.
O assunto vai continuar em debate na reunião do Diretório Nacional nos dias 11 e 12 de fevereiro.
O PT se declarou ontem contrário ao empréstimo de US$ 300 milhões ao México pelo governo brasileiro. De acordo com a análise do partido, o Brasil não deve pagar a conta causada pelo risco dos investidores americanos.

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