São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995
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Marta estréia na política e ajuda Eduardo a se vestir

Casal Suplicy inicia atuação conjunta no Congresso

MAURICIO STYCER
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Brasília conheceu ontem, em ação, o novo "casal 20" da política brasileira.
A deputada e sexóloga Marta Suplicy vestiu um tailleur azul cobalto e participou, na fila do gargarejo, de sua primeira reunião como integrante da bancada do PT.
Também ajudou o marido Eduardo a escolher uma gravata que combinasse com a camisa e ainda ouviu gracejos de um funcionário do Congresso, ao se despedir do senador com um beijo: "Suplicy, veio aqui para legislar ou para namorar?"
Marta diz que está enfrentando dificuldades típicas de um período de transição —da condição de sexóloga para a de deputada. "E não quero ser tão desajeitada quanto a Ruth, na transição dela, de antropóloga para a de primeira-dama", diz, se referindo à mulher do presidente Fernando Henrique.
Entre as dificuldades, Marta cita os problemas domésticos que enfrentará em Brasília, no apartamento funcional:
"O Eduardo é que toma conta, faz a cama, prepara o café. Ele só tem uma faxineira que vem aos sábados e passa as camisas dele. Eu preciso de alguém todo dia. Não posso perder tempo passando uma roupa de manhã ou fazendo a cama".
Marta também planeja fazer algumas reformas no apartamento de três quartos. "O tapete está todo furado e manchado. O Eduardo falou que eram só dois furos. Eu coloquei o sofá em cima dos furos, apareceram outros. Não dá", diz.
Eduardo está feliz com a presença de Marta em Brasília. "No plano pessoal, significa que vou ter alguém que me ajudará a combinar as roupas e não andar com a gravata torta."
No plano político, Eduardo acha que Marta será fundamental para "quebrar certos tabus", como a discussão de temas ligados a sexualidade, aborto e prevenção da Aids.
"Quero ser a porta-voz dos homossexuais e de todos os grupos e minorias que não têm porta-voz", diz Marta.
A nova deputada pretende apresentar um projeto que torne legal a união de casais homossexuais estáveis, para fins de direitos à herança e previdência social.

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