São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995
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Soldados desistem de trabalhar na Polícia Militar

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Nove dos 705 soldados transferidos na semana passada pelo Exército já se desligaram da Polícia Militar e pelo menos mais 15 deverão fazer o mesmo até o fim desta semana.
Os soldados que desistiram de trabalhar na PM alegam inadaptação ao novo serviço. O Exército tenta substituir este pessoal.
A transferência de até mil soldados para a PM é regulamentada por convênio entre o governador Marcello Alencar e o ministro do Exército, general Zenildo Lucena.
O convênio diz que os transferidos ficarão na PM até o fim do ano, reforçando as tropas do Batalhão de Choque encarregadas de atuar em morros e favelas.
O que seria um reforço se transformou em problema para a PM. Antes de ir para favelas, os soldados fazem em três semanas curso de aperfeiçoamento da PM, que costuma ser feito em um ano.
Bastaram três dias para os professores constatarem que muitos dos novos soldados não estão aptos a exercer a função policial.
O comandante do Cefap, coronel Dirceu Lima, reuniu ontem sua assessoria para debater a questão.
A conclusão a que se chegou é a de que o Exército cedeu à PM gente com nível de instrução muito baixo. Os testes físicos também são prejudicados: muitos têm estatura e porte abaixo do que exigido.
Mais um problema foi identificado: parte dos soldados são tatuados. A PM não incorpora tatuados.
Os soldados que desistiram da PM não deverão ser reaproveitados pelo Exército, segundo o CML (Comando Militar do Leste).
O convênio diz que após o fim do ano os transferidos poderão prestar concurso para o ingresso definitivo na PM ou voltar ao Exército, se o período de serviço militar ainda vigorar.

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