São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995
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Pedido o bloqueio dos bens de Quércia

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público de São Paulo solicitou ontem à Justiça a indisponibilidade de bens do ex-governador Orestes Quércia, acusado de causar prejuízo ao Estado em contratos de importação de equipamentos de Israel.
Os promotores pediram ainda a indisponibilidade do patrimônio de Luiz Gonzaga Belluzo (ex-secretário do governo Quércia) e das ações da Trace Trading, empresa que intermediou a importação.
Em uma ação civil pública iniciada também ontem, o Ministério Público solicitou a anulação dos contratos de compra de equipamentos da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) e a devolução de R$ 34 milhões ao Estado.
Estes recursos, segundo os procuradores, devem ser devolvidos por Quércia, belluzzo, Trace Trading e Sealbrent Holdings —outra empresa envolvida nas negociações. Os procuradores querem a indisponibilidade dos bens para garantir a devolução do dinheiro.
A indisponibilidade de bens móveis e imóveis significa o bloqueio de todo o patrimônio.
Essa decisão abrange somente a importação de equipamentos ténico-científicos para a Unesp.
Os promotores Waldo Fazzio Júnior, José Lino Brito e Márcio Elias Rosas continuam investigando outros contratos do mesmo pacote de importação.
O negócio, feito sem licitação durante o governo Quércia (1987-1991), somou cerca de US$ 310 milhões. A Folha revelou a irregularidade.
O ex-governador de São Paulo divulgou nota ontem contestando a decisão do Ministério Público. Segundo Quércia, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) o absolveu desse mesmo caso por 16 votos a três, no ano passado.
Por este motivo, Quércia informa que não poderia se defender naquele momento junto aos procuradores estaduais.
O ex-governador nega qualquer responsabilidade sobre as importações de Israel.

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