São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995 |
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NELSON DE SÁ
"O governo consegue o apoio de mais três partidos para as reformas na Constituição", anunciou Cid Moreira, sempre empolgado. "Quebrar monopólios, alterar a estabilidade, tudo bate com o pensamento destes aliados", completou a correspondente da Globo. Na imagem, Álvaro Dias, do PP. O mesmo que, no Jornal da Manchete, saiu dizendo que não é bem assim. Nas suas próprias palavras: — A questão da estabilidade do funcionário público é polêmica. A questão dos monopólios é uma questão polêmica. Nós entendemos que essas questões devem ficar para uma segunda etapa da reforma constitucional. Foi mais ou menos o que afirmou Luiz Henrique, o presidente do PMDB, no seminário do governo com seu partido. Então, como agora, a Globo saiu trombeteando um suposto apoio irrestrito. Para quem não se lembra, foi assim também que uma revisão constitucional que parecia ter tudo a seu favor acabou dando em nada. Sarney austero E tem mais uma, do Jornal Nacional. Mais à frente, no Jornal da Manchete, perguntaram ao ex-presidente o que ele achava do escândalo das folhinhas de Humberto Lucena. "A gráfica", respondeu Sarney, muito austero, como queria Cid Moreira, "é instrumento de independência do Poder Legislativo". Ainda sobre o imortal José Sarney, é bom anotar o aviso feito por Carlos Chagas, em seu comentário no Jornal da Manchete de ontem: — Sarney, em seu governo, rompeu com o FMI, declarou a moratória da dívida externa, não permitiu acabar com o monopólio da Petrobrás e das telecomunicações, nem privatizou qualquer atividade essencial. Moral da história: — Sarney na presidência do Congresso não é o Sarney que muita gente pretende que ele venha a ser. Acabou Nota fúnebre no Jornal da Manchete, sobre as vitórias de Sarney e Quércia: - O processo de descaracterização do PMDB termina aqui. Texto Anterior: "Sou o passado, não o futuro", diz Sarney Próximo Texto: Lucena agora propõe mudar uso da gráfica Índice |
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