São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995 |
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Prédio usava material inadequado, diz perito
MÔNICA SANTANNA
Pimpão é um dos técnicos destacados para fazer a perícia sobre as causas do acidente. Ele afirmou ter encontrado pedra de rio no lugar de pedra britada num dos pedaços de concreto da base de fundação. Segundo ele, a pedra de rio é grande e inadequada para a fabricação de concreto. "A qualidade do concreto pode ter sido comprometida", disse o perito. Ele não quis apontar esse erro como causa do acidente. "É uma avaliação preliminar e extra-oficial", afirmou Pimpão. Ele já havia constado esse erro em dezembro de 94, quando esteve no edifício para avaliar informalmente as rachaduras, a pedido de alguns moradores, entre eles o promotor Sergio Sinhori. Pimpão passou o dia de ontem no local onde existia o edifício, recolhendo materiais junto com outros três peritos. O material será analisado em laboratório, pelos peritos e por uma comissão de técnicos da UFPR (Universidade Federal do Paraná). A previsão é de que o laudo oficial seja divulgado dentro de um mês. Os seis andares do edifício Atlântico desabaram, causando a morte de 27 pessoas e deixando nove feridos. Cinco pessoas ainda estão internadas -duas em estado grave. Flávia Torres, 11, neta do engenheiro Ney Torres (construtor do edifício), teve alta ontem. A menina perdeu seus dois irmãos menores, que morreram no acidente. O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná também investiga o acidente. A Agência Folha apurou que há suspeitas de erro nos projetos de estrutura e execução da obra e de excesso de peso. O edifício teria uma piscina com capacidade para 5.000 litros e uma caixa d'água com capacidade maior do que a projetada, que não estavam previstas no projeto original. Texto Anterior: Carga de gás explode e mata 3 no interior de SP Próximo Texto: "Ouvi muitos gritos de crianças" Índice |
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