São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995 |
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"Ouvi muitos gritos de crianças"
MÔNICA SANTANNA
"Foram horas de pavor. Ouvi muitos gritos, principalmente de crianças", disse Venik. Ela sofreu fratura exposta na perna direita e lesões nos pés. Seu estado de saúde é bom, segundo os médicos. Venik trabalhava para a família Saliba Costa, de Araucária (região metropolitana de Curitiba), e disse que na hora do desabamento estava na cozinha com Rosana Pereira, Olga Glebus e Archelau Torres Neto. Os três morreram no acidente. Agência Folha - Como foi o acidente? Maria de Lourdes Venik - Eu estava na cozinha com a Rosana, Olga e o Archelau, quando ouvi um barulho muito forte por volta das 10h. Em seguida, vi o teto se abrindo e o chão também. Agência Folha - O que aconteceu em seguida? Venik - Eu caí no vão que se abriu no chão junto com os outros. Fiquei presa com o armário da cozinha nas minhas costas e a geladeira em cima das minhas pernas. Estava numa posição parecida com a de um feto. Agência Folha - A senhora chamou por algum dos três que estavam na cozinha? Venik - Não dava porque a respiração era muito difícil devido à poeira. Foram horas de pavor. Ouvi muitos gritos, principalmente de crianças. Agência Folha - A senhora chegou a pensar que não seria socorrida a tempo? Venik - Em nenhum momento. Tinha certeza de que sairia dali viva. Estive consciente o tempo todo. Texto Anterior: Prédio usava material inadequado, diz perito Próximo Texto: Soterramento mata 2 crianças no RJ Índice |
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