São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995
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Moradores devem pedir indenização na Justiça

DA REPORTAGEM LOCAL

A Associação dos Moradores de Pirituba (zona norte) vai entrar com uma ação coletiva na Justiça, contra a Prefeitura de São Paulo, solicitando indenização às vítimas da explosão da casa de artigos de umbanda Ogum Sete Estrelas. A explosão ocorreu no último sábado e matou 15 pessoas.
Os parentes das vítimas querem reparações pelas mortes e pelos bens materiais perdidos. "Eu não tenho onde dormir", disse a faxineira Ilda de Farias, 58, que perdeu a casa na explosão.
Uma comissão de vítimas, acompanhadas do presidente da associação de moradores, Elísio Macambira, esteve ontem na prefeitura. Foram recebidos pelo secretário de Assuntos Jurídicos, José Altino Machado.
Ele afirmou que as vítimas não serão indenizadas e que a prefeitura estuda maneiras de alojá-las em apartamentos da Cohab.
O prefeito Paulo Maluf criou ontem a Secretaria de Negócios Comunitários. Antônio Salim Curiati foi nomeado secretário.
"O prefeito está sobrecarregado com as tragédias que estão abalando São Paulo", disse Curiati, referindo-se às enchentes a à explosão. Ele afirmou que sua palavra e a do prefeito "são a mesma coisa".
O Contru (Departamento de Controle e Uso de Imóveis), da prefeitura, iniciou ontem as blitze em locais com risco de explosão.
O Contru visitou ontem dez destes locais. Um deles, na Freguesia do Ó (zona norte) foi interditado por apresentar indícios de manipulação de pólvora.
Dois estabelecimentos visitados na Penha (zona leste) estavam fechados. Outros dois, também na Penha, receberam intimações por estarem com estoques de materiais inflamáveis em excesso.
Uma casa de artigos de umbanda de propriedade de José Gonçalves Gomes, dono da Ogum Sete Estrelas, em Pinheiros (zona oeste) foi fechada por problemas nas instalações elétricas.
Na rua Augusta, em Cerqueira César (zona Oeste), foi fechada uma loja de móveis que enchia botijões de gás irregularmente.
Em Pinheiros, foram apreendidos botijões estocados em uma loja de conserto de fogões.
Prefeituras do interior também iniciaram ontem fiscalizações em casas de fogos de artifício. Em São José dos Campos (97 km a nordeste de SP), foi apreendida 1,5 tonelada de fogos em quatro lojas.
Em São Bernardo e Santo André (ABCD), também devem ocorrer fiscalizações municipais.

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