São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995 |
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Tetra dispara os preços no futebol
MARCELO DAMATO
Clubes médios do Brasil pedem milhões de dólares para negociar seus jogadores. Até juniores estão em alta. O atacante Webster foi fixado em US$ 500 mil pelo Rio Branco de Americana. O Corinthians não o comprou. "Os preços estão fora da realidade dos clubes brasileiros", afirma Francisco Papaiordanou, diretor de futebol do Corinthians e ex-procurador de jogadores. O diretor de futebol do São Paulo, Márcio Aranha, aponta outro fator além da conquista do tetra: a entrada da Parmalat no futebol. "Eles compram jogadores muito acima do preço razoável, como o Paulo Isidoro (US$ 1 milhão) e o Alex Alves (S$ 600 mil). Isso puxa os preços para cima porque os clubes começam a achar que todo mundo tem uma Parmalat por trás." A alta dos preços se acelerou ainda mais no começo do ano, quando alguns times do Rio, como Botafogo e Flamengo, entraram no rol dos compradores. O Sport, por exemplo, pediu R$ 3 milhões ao Palmeiras pelo meia Juninho, de 17 anos. Pelo zagueiro Sandro, que também era pretendido pelo clube paulista, o preço foi fixado em US$ 1,3 milhão. Por US$ 200 mil a mais, o Palmeiras comprara três anos antes o zagueiro Antônio Carlos, com passagens pela seleção brasileira e também pelo futebol espanhol. O zagueiro Júnior Baiano, do São Paulo, custou US$ 700 mil, contando dois jogadores incluídos na transação (leia texto abaixo). As comparações possíveis são muitas. O meia Palhinha custou ao São Paulo US$ 400 mil, incluindo os US$ 50 mil pelo aluguel do passe, cujo preço foi fixado no começo de 1992. Em maio de 1994, o meia Souza foi avaliado pelo Rio Branco por US$ 2 milhões, cinco vezes mais. Se por um lado, Souza atravessa um momento melhor, por outro, Palhinha obteve muito mais títulos. Quatro meses antes do empréstimo de Souza, o Corinthians comprou Marcelinho ao Flamengo. Preço: US$ 500 mil. O meia Paulo Isidoro, reserva no Palmeiras, chegou em agosto pelo dobro. Papaiordanou acredita que uma reunião dos grandes clubes, semelhante à dos chefes da F-1 que há alguns anos reduziu os salários dos pilotos, possa ser a solução. "Mas ninguém cogitou isso até agora." Texto Anterior: Bebeto lamenta a atitude de presidente; Ronaldo da Costa faz anti-doping; Técnico é condenado por morte de ginasta; Pai de Mary Pierce quer processar WTA; McEnroe critica tenistas atuais Próximo Texto: Palmeiras diz não ter culpa Índice |
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