São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995
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Acusação de caso Simpson ouve testemunha

CARLOS EDURADO LINS DA SILVA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A promotoria do caso do ator e ex-jogador de futebol americano O. J. Simpson começou ontem a questionar testemunhas para provar que o réu matou sua ex-mulher movido por ciúme.
A primeira testemunha foi um policial que atendeu ao chamado de Nicole Brown Simpson em 1º de janeiro de 1989, logo após ela ter sido agredida fisicamente pelo então marido.
"Ele vai me matar", disse ela, segundo o detetive John Edwards, da polícia de Los Angeles, costa oeste dos EUA.
Edwards afirma ter dado voz de prisão a Simpson mas que ele fugiu e só foi preso dias depois, quando se declarou culpado de agressão doméstica.
A promotoria teve dez minutos para reabrir seus argumentos iniciais. O juiz Lance Ito, com a medida, procurou compensar prejuízos à acusação provocados pela apresentação de testemunhas surpresas da defesa.
A reabertura dos argumentos iniciais da promotoria é inédita na história do Estado da Califórnia. Segundo alguns juristas, poderá provocar a anulação do julgamento em caso de futuro recurso.
Simpson, 47, a pessoa mais rica e famosa já julgada por homicídio nos EUA, é acusado de ter matado a ex-mulher e um amigo dela em 12 de junho de 1994. Ele alega inocência. Se for condenado, pode pegar prisão perpétua.
A defesa afirmou em seus argumentos iniciais que o ex-jogador estava jogando golfe no jardim de casa na hora do crime.
No passado, a defesa havia dito que ele estava dormindo em casa naquele horário.
Para justificar telefonema dado do carro de Simpson mais ou menos no horário dos homicídios, a defesa disse que o réu preferiu usar o telefone do automóvel, que, segundo ela, estava estacionado em frente à sua casa.
A promotoria usou os dez minutos extras de seus argumentos iniciais para tentar minar a credibilidade das testemunhas inesperadas que a dcefesa apresentou na semana passada.
Uma delas diz ter visto quatro pessoas saindo em disparada do local do crime por volta do horário estabelecido pelas mortes. Segundo a acusação, essa pessoa é uma mentirosa patológica, com diversos processos por fraude.
A segunda testemunha de acusação foi a telefonista que recebeu um telefonema de Nicole em outro caso de agressão física do réu.
Apenas três dias após ter sido posto à venda, o livro de Simpson, no qual afirma sua inocência, já é um sucesso de venda.
O livro é o primeiro da lista semanal dos mais vendidos do jornal "The Wall Street Journal" que será divulgada hoje.

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