São Paulo, quarta-feira, 1 de fevereiro de 1995 |
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Beligerantes censuram imagens de televisão
FERNANDO CANZIAN
Na Base Militar de Patuca, proibiram o acesso da imprensa a várias áreas e estão selecionando os pontos onde equipes de televisão podem fazer gravações. Em Macas, a 80 km ao norte, os militares peruanos obrigaram ontem redes de TV a apagar imagens tomadas da movimentação de helicópteros e artilharia no aeroporto. Quatro peças de artilharia antiaérea estão posicionadas na cabeceira do aeroporto de Macas, ocupado pelos militares e fechado para que não tem salvo-conduto. Várias ruas da cidade estão bloqueadas e é grande a presença de militares. Toda a população oferece mantimentos, remédios e outros itens para as Forças Armadas. Macas está sob estado de emergência e lei marcial. Um dos principais prédios públicos foi tomado para o comando das operações. Todos os dias, por volta das 20h, uma sirene é acionada e a cidade é obrigada a permanecer vários minutos no escuro. Trata-se de um exercício que deve continuar nos próximos dias. Macas tem pelos menos 6.000 habitantes e vive exclusivamente da pecuária e da agricultura. Toda a região em volta da cidade, encravada na Amazônia, tem sinais de desmatamento na floresta para a extração de madeira. Nas cidades mais próximas do conflito, cerca de 400 pessoas, a maioria velhos, mulheres e crianças, evacuaram vilarejos temendo o acirramento dos combates. Ontem, o ministro da Saúde do Equador, Alfredo Palacios, visitou a região para averiguar as condições das vilas e dos refugiados. Teme-se epidemias, de cólera principalmente, nesses locais. Os aviões estacionados no aeroporto de Macas apresentam pinturas desgastadas e sua conservação, aparentemente, é bastante precária. (FCz) Texto Anterior: Sobrevivente do tremor chega hoje; Mulher salta da ponte Golden Gate Próximo Texto: Reunião no Rio prepara proposta de paz Índice |
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