São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Avaliação das universidades

Avaliação das universidades
JOSÉ DIAS SOBRINHO
A

JOSÉ DIAS SOBRINHO

A avaliação das universidades no Brasil está deixando a área nebulosa das aspirações e temores, para constituir um promissor campo de possibilidades e de realizações. O MEC estabeleceu com as instituições de ensino superior uma relação madura de parceria e cooperação, de confiança e transparência, que permitiu o início da notável e original construção do Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (Paiub), concebido e executado pela comunidade acadêmica com a devida articulação da SESU.
Seus princípios, objetivos, metodologias e instrumentos foram largamente discutidos em processos de construção conjunta, no interior de cada universidade e nos fóruns interinstitucionais.
Mais de 60 universidades, por vontade própria, hoje realizam seus projetos de avaliação institucional interna e externa, contando com recursos do MEC e o apoio político e pedagógico da Comissão Nacional de Avaliação, de seu comitê assessor (indicado pelas universidades) e de um amplo corpo de consultores e especialistas.
Sendo um programa, o Paiub procura assegurar uma linguagem comum quanto ao essencial e consistência relativamente a critérios, princípios e metodologias, ao mesmo tempo que sugere flexibilidade e criatividade no tratamento das especificidades e respeito às identidades institucionais.
As universidades estão desenvolvendo avaliações que mobilizam o conjunto da instituição, produzindo e reafirmando conhecimentos e juízos de valor, intervindo qualitativamente nos processos públicos e nas relações sociais de trabalho da rotina universitária. Esses processos, nem neutros nem inócuos, voltam-se compulsivamente para a compreensão e promoção da qualidade, em todas as dimensões da universidade.
Optar decisivamente pela construção da qualidade implica recusar efetivamente o uso da avaliação institucional como instrumento de punição, de discriminação, de classificação ou hierarquização.
A avaliação praticada no Paiub é essencialmente um processo formativo e se integra a um conjunto de ações articuladas em busca da qualidade, segundo critérios, juízos e valores da comunidade científica interna e externa, sempre levando em conta as demandas e as críticas da sociedade.
É orientação muito mais formativa que somativa. Privilegiar a ação formativa é colocar o acento nos dispositivos da ação, no dinamismo do processo, no desenvolvimento das relações pedagógicas e conferir à avaliação um papel instrumental e proativo: a produção de conhecimentos e juízos de valor produz a tomada de consciência daquilo que é necessário fazer para melhorar a instituição, de maneira dinâmica a permanente.
Com a continuidade desse programa quem mais ganha é a sociedade.

Texto Anterior: O henê é nosso
Próximo Texto: Morre 28ª vítima de desabamento no PR
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.