São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995 |
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Alta dos juros nos EUA contém Bolsas
RODNEY VERGILI
A subida nas taxas de juros internacionais pode desestimular nova entrada de dinheiro especulativo no Brasil. Isso já vinha acontecendo através da "desmontagem" das operações de "box" (que rendem juros tendo como lastro ações) e o envio do dinheiro para o exterior. Dados do Banco Central relativos ao fechamento do mês de janeiro mostram que houve uma entrada financeira de US$ 2,68 bilhões e saída de US$ 4,60 bilhões. A saída líquida nos fechamentos de câmbio financeiro em janeiro foi de US$ 1,92 bilhão. Essa saída de recursos não foi compensada totalmente pelo superávit no fechamento de câmbio comercial, que registrou saldo positivo de US$ 484 milhões (diferença entre as exportações e importações). A reversão de déficit para superávit no fechamento do câmbio comercial ocorreu basicamente a partir do dia 23 de janeiro, quando o governo alongou o prazo dos ACCs (Adiantamentos de Contratos de Câmbio). O volume maior de fechamento de câmbio de exportação derrubou as cotações do dólar comercial. No dia 23, a cotação para venda era de R$ 0,851 e ontem estava em R$ 0,841. O resultado final de janeiro (câmbio comercial e financeiro) foi a saída líquida de nada menos que US$ 1,43 bilhão do Brasil. Em dezembro, essa saída líquida foi de US$ 1,18 bilhão. A decisão do presidente dos EUA, Bill Clinton, de destinar ao México US$ 20 bilhões teve fôlego curto em termos de recuperação das cotações na Bolsa do México. Ontem, o índice da Bolsa mexicana caiu, uma vez que os investidores não acreditam que as empresas mexicanas tenham bons resultados este ano. A elevação nas taxas de juros pelo Banco Central norte-americano também foi uma ducha de água fria sobre as Bolsas. O índice da Bolsa paulista fechou com alta de 2,69%, mas sem consistência. O volume continua reduzido. JUROS Curto prazo Os cinco maiores fundões renderam anteontem, em média, 0,130%. A taxa do over ficou em média a 5,35% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa foi de 5,39% ao mês. CDB e caderneta As cadernetas que vencem no próximo dia 2 rendem 2,7273%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 49,4%% e 50,0% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 14,5% e 15% ao ano mais a variação da Taxa Referencial. Empréstimos Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa foi de 6,44% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 75,5% e 160% ao ano. No exterior Prime rate: 9,0% ao ano. Libor: 6,56% ao ano. AÇÕES Bolsas São Paulo: alta de 2,69%, fechando com 39.898 pontos e volume financeiro de R$ 220,9 milhões. Rio: alta de 0,7%, fechando com 18.266 pontos e volume financeiro de R$ 20,332 milhões. Bolsas no exterior Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.739,47 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.287,00 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,839 (compra) e R$ 0,841 (venda). Segundo o Banco Central, em média o dólar comercial foi negociado ontem a R$ 0,841 (compra) e R$ 0,843 (venda). "Black": R$ 0,835 (compra) e R$ 0,845 (venda). "Black" cabo: R$ 0,842 (compra) e R$ 0,843 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: alta de 0,10%, fechando a R$ 10,18 o grama na BM&F. No exterior Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5805 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,5230 marco alemão. Em Tóquio, a cotação foi de 99,32 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 376,70. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 3,29% e para fevereiro a 2,98% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 40.500 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para janeiro fechou a R$ 0,857 e para fevereiro a R$ 0,873. Texto Anterior: Empresas mantêm investimentos Próximo Texto: Aumento vai vigorar após dois meses Índice |
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