São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
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Peso volta a ganhar valor

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS E DE WASHINGTON

O peso mexicano voltou a ganhar valor frente ao dólar ontem nas casas de câmbio da Cidade do México, como reflexo do pacote de US$ 47,8 bilhões de ajuda ao México anunciado pelo presidente dos EUA, Bill Clinton, anteontem.
O peso fechou com alta de 65 centavos, com o dólar cotado a 5,40 pesos para compra.
Anteontem, o dólar passou de 6,40 para 5,90. Mas o peso ainda está com valor 30% inferior ao do início da crise mexicana.
Frente às moedas americanas e ao iene, o dólar fechou em alta.
Com exceção do México, as Bolsas de Valores de todo o mundo continuaram ontem a subir, porém menos que anteontem.
O anúncio do aumento dos juros nos EUA conteve a alta em Nova York —o índice Dow Jones subiu 0,1%. Anteontem, 0,31%.
Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 0,5%. Na Europa, o índice Financial Times 100 de Londres subiu 0,9%, o CAC de Paris, 1,7% e o Dax de Frankfurt, 1,34%.
A Bolsa de Valores da Argentina subiu, com o índice Merval registrando alta de 1,69% depois de ter subido 7,1% anteontem.
No México, os investidores realizaram lucros depois da alta recorde de 10,27% anteontem e o índice principal caiu 3,4%.
Além da realização dos lucros, contribuiu para abaixar o preço das ações no México as dúvidas sobre o custo do pacote dos EUA.
O presidente mexicano Ernesto Zedillo disse que os recursos do pacote "não supõem um aumento do endividamento do país e serão utilizados para transformar o que é hoje dívida de curto prazo e de alto custo em dívida de longo prazo a um custo menor".
O ministro da Fazenda do México, Guillermo Ortiz, insistiu que o pacote não aumenta a dívida.
Segundo estimativas não-oficiais, no final de 94 a dívida externa total do México chegava a US$ 140 bilhões. Segundo analistas, a isso se somavam cerca de US$ 17 bilhões em Tesobônus (bônus do Tesouro mexicano) em mãos de investidores estrangeiros.
O ministro das Finanças do Japão, Masayoshi Takemura, disse que o seu país também poderá contribuir. A questão será discutida na reunião do G-7, em Toronto, Canadá, nos dias 3 e 4.
Clinton disse ontem estar "encorajado" com a reação dos mercados financeiros ao anúncio de seu plano de ajuda ao México, que envolve US$ 50,8 bilhões.
No Congresso, foi alvo de críticas de parlamentares —estes acham que Clinton os atropelou ao agir por meio de decreto-lei.

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