São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
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Consumo se mantém elevado em janeiro

VIVALDO DE SOUSA
LILIANA LAVORATTI

VIVALDO DE SOUSA; LILIANA LAVORATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento de consumo verificado depois da criação do real, em julho do ano passado, continuou elevado em janeiro. Depois de registrarem um aumento médio de 92,12% de julho a dezembro, as vendas no comércio devem fechar janeiro 15% acima do mesmo período do ano passado, em média.
O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, disse que as vendas em janeiro continuam aquecidas e caíram cerca de 3% em relação a dezembro, quando estavam 39% superiores a novembro. O cálculo teve como base as vendas de março de 1994.
Mesmo assim, o governo já desistiu de flexibilizar as medidas de restrição ao crédito e ao consumo adotadas em outubro de 1994.
O governo está fazendo um acompanhamento diário das vendas no comércio e, por enquanto, não se estuda novas medidas anticonsumo, disse Dallari.
O governo já tem informações de que a inadimplência de compras financiadas em 1994 aumentou em dezembro e janeiro.
Segundo Dallari, aquelas pessoas que comprometeram toda sua renda para comprar a prestação não estão tendo recursos para pagar o financiamento.
Os dados do Ministério da Fazenda mostram que as vendas nos supermercados aumentaram 129,92% no segundo semestre do ano passado (percentuais somados tendo como base março de 94).
Só em dezembro, mês de festas, o crescimento foi de 38,71%, também em relação a março de 94. Aumentou principalmente o consumo de alimentos, calçados, confecções e eletro-eletrônicos.
O nível médio de capacidade ociosa das indústrias está em 20%, disse Dallari. Há exceções, como na indústria de embalagens de papelão, onde as empresas operam a 100%. "Não é necessário nenhuma medida adicional para controlar o consumo", disse o secretário.
Segundo ele, o governo só vai analisar novas medidas para conter o consumo se acontecer um grande aumento nas vendas do comércio a partir deste mês.
Desde o lançamento do real o consumo na economia do país cresceu 30% em relação aos meses correspondentes de 1993, segundo técnicos do Ministério da Fazenda. Por enquanto, o aquecimento não preocupa. A avaliação dos técnicos é que a demanda está alta, mas não está acelerando.

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