São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995
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Artistas aprovam "Galeria Planalto"

DA REPORTAGEM LOCAL

Artistas plásticos e marchands acham boa a iniciativa do presidente Fernando Henrique Cardoso, divulgada ontem pela Folha, de fazer de seu gabinete no Palácio do Planalto uma galeria rotativa de obras de arte.
Para eles, se a proposta for concretizada, terá forte repercussão na cultura. "Espero que as obras não fiquem apenas como cenário para fotos", diz o pintor Paulo Pasta.
Veja abaixo algumas opiniões sobre a "Galeria Planalto", como já foi batizada:
Marcantonio Vilaça, marchand: "É uma iniciativa louvável, que indica uma grande mudança de mentalidade. Espero que o presidente exponha artistas contemporâneos, gente como Nuno Ramos, Ângelo Venosa, Jac Leirner, Lia Menna Barreto, e não só artistas modernistas.
Só o tempo vai dizer se haverá reflexo de mercado, mas FHC pode colaborar com a educação do olhar. Ele tem discernimento para isso. Não está interessado em pão de queijo ou em jet ski."
Paulo Pasta, pintor: "Vejo a idéia com simpatia, mas é preciso ver como isso será realizado. Acho que se as obras fossem compradas para o acervo, seria melhor ainda. A visitação pública também seria fundamental.
A idéia não pode ser usada como cenário para fotos. Em todo caso, é muito bom que um presidente se interesse pela arte brasileira. O Juscelino (Kubistchek, presidente de 1956 a 1960) gostava muito de Guignard e isso ajudou bastante o pintor."
Nelson Aguilar, crítico e curador da Bienal: "O que importa é o comportamento do presidente, mais do que a 'galeria'. Ele pode influenciar o meio das artes plásticas. Lembro que o Itamar Franco não visitou a 22ª Bienal no ano passado, o que teria sido muito importante.
Tenho dúvidas também quanto à idéia de projetar nomes de jovens artistas, porque FHC parece preferir o abstracionismo dos anos 50."

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