São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995![]() |
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EUA acusam a Rússia de abusos
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
As acusações estão no relatório anual sobre direitos humanos no mundo que o Departamento de Estado submete ao Congresso norte-americano. O presidente russo, Boris Ieltsin, é criticado devido a seus decretos que permitem "prisões arbitrárias e buscas ilegais". Segundo o secretário-assistente John Shattuck, 1994 foi um ano de crises e "progressos na área dos direitos humanos no mundo". Ele destacou o genocídio em Ruanda, o retorno ao poder do governo democraticamente eleito do Haiti e "o assalto aos direitos humanos de milhares de civis na Tchetchênia" como os principais fatos do ano no setor. Ainda no caso da Rússia, o relatório afirma que "a linha entre assassinatos politicamente motivados e atividades criminosas se tornou de difícil distinção". Apesar das acusações, o governo dos Estados Unidos continua a dar ajuda financeira ao da Rússia. O diretor da Anistia Internacional afirmou ontem que a Casa Branca deu "sinal verde" para a ação militar russa na Tchetchênia. Outros países criticados no relatório também estão recebendo auxílio dos Estados Unidos, inclusive China e México. Sobre o México, o Departamento de Estado afirma que "militares perpetraram muitos abusos contra os direitos humanos na fase inicial do conflito com os zapatistas em Chiapas e até o final do ano ninguém havia sido processado por esses abusos". "Outros grandes abusos contra os direitos humanos no México incluem execuções extrajudiciais pela polícia, tortura, prisões ilegais, deficiências no sistema penitenciário, discriminação e violências contra mulheres e extensivo trabalho infantil ilegal." Sobre a China, o Departamento de Estado diz que se trata de "um Estado autoritário, que fracassou em melhorar seu currículo de abusos generalizados e bem documentados dos direitos humanos". Os abusos na China incluem "detenções arbitrárias, torturas e maus-tratos contra prisioneiros e extensivos períodos em que estes são mantidos sem comunicação com advogados ou familiares". Próximo Texto: Brasil é citado por mortes, tortura e racismo Índice |
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