São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995 |
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Paulistano mata tempo com bebida e hora extra
CAROLINA CHAGAS
O médico residente Rodrigo de Barros Freitas, 27, tentou voltar para casa ontem, depois de ter feito 24 horas de plantão no Hospital das Clínicas (HC). Às 22h30, estava parado na avenida Rebouças, segundo ele, "quase dormindo no volante". Decidiu então voltar para o HC e dormir ali mesmo. A publicitária Luciana Andrade, 27, parou em um bar nos Jardins antes de ir para casa. "Tomei oito chopes, tentando ganhar tempo." Luciana Junqueira, 23, desenhista industrial, trabalha no Itaim e mora no Caxingui (zona oeste). Ligou para sua família no final da tarde e descobriu que a sua rua estava inundada. "Decidi fazer hora extra", afirmou. Às 22h, já tinha trabalhado três horas a mais. Na Vila Madalena (zona oeste), as ruas estavam sem luz, mas os bares ficaram lotados. No Lanterna e no Olivia, os gerentes informavam que estavam vendendo mais conhaque e vodca que o normal. "As pessoas chegam molhadas e tomam algo forte para esquentar", disse Waldir Berttollini, 43, gerente do Olivia. A dona-de-casa Julieta Andrade, 32, foi ao dentista na Vila Madalena, às 19h. Na saída, já encontrou o trânsito parado. Demorou 40 minutos, do início da avenida Pedroso de Moraes até a praça Panamericana (zona oeste). Decidiu então parar no supermercado. Às 23h, estava fazendo compras em um Pão de Açúcar 24 horas. "Não posso perder tempo." As chuvas atrapalharam também o ensaio da bateria da escola de samba Vai-Vai ontem à noite. A maioria dos integrantes na bateria não conseguiu chegar à praça 14 Bis (região central). Texto Anterior: Chuva alaga zona oeste e pára trânsito nas marginais Próximo Texto: Público de 70 mil vibra com Stones no Rio Índice |
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