São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Inflação em SP cai abaixo de 1%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A Fipe vai divulgar hoje a menor inflação para o mês de janeiro desde 1949. Tradicionalmente um período de fortes pressões, devido à reposição de estoques e de problemas climáticos que forçam a alta dos alimentos, principalmente os "in natura", o Plano Real conseguiu quebrar esta tradição.
A inflação fica próxima a 0,8%, uma taxa não registrada neste período do ano desde o 0,12% de janeiro de 1949. Se confirmada, será também a menor inflação mensal registrada pela Fipe nos últimos 22 anos. A mais próxima foi a de setembro de 1994, quando o Índice de Preços ao Consumidor ficou em 0,82%.
A taxa de inflação em São Paulo despencou em janeiro devido à queda dos alimentos e de pressões menores de aluguel e de vestuário. Inicialmente, a previsão de taxa para o mês passado era de 1,5% a 1,8%. Com o passar das semanas, os técnicos foram alterando suas previsões, mas ninguém arriscava taxa tão baixa.
Além de uma pressão menor da carne, o índice também foi menos influenciado neste ano do que nos anteriores pelos hortifrútis. A alta de alguns foi compensada pela redução de outros, como o tomate, item de peso na composição do índice.
Em dezembro, a taxa de inflação da Fipe atingiu 1,25%, abaixo dos 3,02% de novembro, a maior do Plano Real se desconsiderados os 6,95% de julho, ainda contaminados pelas fortes acelerações de preços nas vésperas da chegada do real.
Os alimentos e aluguel foram os itens de maior impacto na formação das taxas de inflação nos últimos meses de 94. Em outubro, os paulistanos pagaram, em média, 6,39% a mais pelos alimentos e 11% a mais nos aluguéis. No mês seguinte, os alimentos voltaram a subir 4,75% e os aluguéis, 11,1%.
Em dezembro, os preços dos alimentos recuaram rapidamente, com alta de apenas 0,10%, enquanto o aluguel também já começava a subir menos (9,9%).
A inflação deve continuar sem grandes pressões em fevereiro, repetindo taxa próxima à de janeiro.
O índice deste mês terá como pressão o setor de educação. O retorno às aulas puxa os preços de material escolar para cima (4% nos últimos 30 dias). Outro item de pressão são os serviços pessoais, que sempre sobem em períodos de maior poder de renda da população e de taxas baixas de inflação.

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