São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Algodão deverá encarecer roupa

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O preço do algodão, em alta nos mercados brasileiro e internacional, já preocupa a indústria e pode ser um fator de pressão inflacionária nos próximos dois meses.
"Custo de matéria-prima, aumento de demanda e o efeito moda devem contribuir para o aumento do preço do vestuário após as liquidações de verão", afirma Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe.
Segundo ele, ainda não é possível prever qual será o impacto deste aumento nas taxas de inflação.
"A matéria-prima está subindo no mundo todo", afirma Luiz Américo de Medeiros, presidente da Abit (Associação Brasileira das Indústrias Têxteis).
Pelos seus cálculos, a alta do preço do algodão e a falta de poliéster no mercado mundial podem levar a um reajuste entre 3% e 8% no preço do tecido.
Sílvio Diniz Ferreira, presidente da Cedro e Cachoeira, indústria têxtil, conta que fechou, no início da semana, contrato para compra do quilo do algodão africano por 1,08 centavos de dólar por libra peso."Em março de 94, pagávamos 0,58 centavos de dólar", diz.
Em dezembro passado, a Bolsa de Nova York registrou a segunda maior cotação do produto desde 1987, diz Fernando Homem de Mello, economista da Universidade de São Paulo.
A média do mês foi de US$ 1.983 a tonelada. Na terça-feira passada, a tonelada do algodão era cotada a US$ 2.080, diz Mello.
China, Paquistão e Índia, grandes produtores mundiais, já comunicaram redução na próxima safra.
A última publicação do Ministério da Agricultura dos Estados Unidos, em janeiro, prevê que a próxima safra será 3,3% menor do que o previsto em janeiro.
"Os estoques mundiais estão menores", afirma Mello. Na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a informação é que produto nacional deve subir de preço até início de março.

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