São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Magic deseja pegar no Rio 'um bronze' e ver Stones

EDGARD ALVES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Earvin Magic Johnson, 35, está no Rio para jogar no Torneio de Beach Basketball do Festival Olímpico de Verão 95, promovido pelo Comitê Olímpico Brasileiro na arena de Copacabana.
Sorridente, Magic, consagrado no basquete, disse que ficou encantado com o Brasil e sua torcida na Copa do Mundo dos EUA.
Disse querer passear, conhecer o povo, ir ao show dos Rolling Stones, dos quais conhece um empresário, e, brincando, completou: "E também pegar um bronze".
"Gosto do torcedor brasileiro. Até mesmo na derrota, ele consegue envolver o adversário", disse Magic no único momento em que atendeu os jornalistas, uma entrevista coletiva de 30 minutos, para a qual fez uma série de exigências.
Ele, porém, acabou chegando com 15 minutos de atraso.
O ex-armador do LA Lakers e do "Dream Team" (Time dos Sonhos), campeão olímpico em Barcelona-92, que ficou famoso ao anunciar que tinha contraído o vírus da Aids em novembro de 1991, afirmou que está feliz nesta sua volta ao Brasil.
Em 1978, como jogador da equipe da Universidade de Michigan, ele já tinha estado em São Paulo e no Rio.
"Senti o povo e os torcedores naquela época e sempre tive vontade de voltar. Na Olimpíada, vi o vôlei do Brasil acabar com o dos EUA e a festa da torcida", disse.
Embora tenha se retirado do basquete profissional, Johnson tem corrido o mundo com o Magic's All Stars, uma equipe de basquete que formou com outros ex-astros da NBA, a liga profissional de basquete dos EUA.
Ele aproveita as viagens para realizar um trabalho de conscientização e esclarecimento sobre Aids.
"Corro o mundo falando sobre isso. Acho que as pessoas precisam ser conscientizadas. Na verdade, não importa o que você tem. Posso ser igual a qualquer um. Eu ainda sou pai, me exercito, faço sexo com minha mulher e quero passar essa imagem", disse.
Para Magic, a vida continua. Ele espera que sua experiência seja útil. "Espero que as pessoas vejam e digam: esse cara tem o vírus e está vivendo", falou.
Sobre o maior e o pior momento dele como homem e como jogador, respondeu sem titubear.
"Como jogador, o melhor momento era ganhar. Ganhei cinco campeonatos da NBA, o universitário, o high school e a Olimpíada de Barcelona. Pior era perder, principalmente quando era para o Boston Celtics."
"Como homem, o melhor momento foi o casamento. E o pior foi dizer à minha mulher que eu tinha o vírus HIV. Mas logo em seguida, ela me abraçou, disse que me amava e que ficaria comigo até o fim da minha vida."

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