São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Durán-Ballén não negocia "com fuzil nas costas"

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente do Peru, Alberto Fujimori, decidiu na última hora não ir à Cúpula Bolivariana em Cumaná (Venezuela), que começou ontem e termina hoje.
O presidente do Equador, Sixto Durán-Ballén, que chegou a Cumaná anteontem, lamentou a ausência do colega peruano, mas ressalvou que mesmo sem ele o encontro poderia " fortalecer a unidade latino-americana".
" Eu ficaria encantado de conversar com os peruanos para encontrar uma forma de devolver a sensatez à região, mas não posso me sentar para negociar com alguém que me aponta um fuzil às costas", afirmou.
O governo peruano chegou a anunciar que Fujimori participaria do encontro de cúpula, mas sua partida foi cancelada minutos antes do embarque em Lima, previsto para as 7h (10h em Brasília).
O porta-voz do governo venezuelano, Guillermo Alvarez Bajares, ressalvou que o presidente peruano ainda poderia ir hoje a Cumaná, para a plenária final do encontro. Aparentemente, essa decisão dependeria do resultado das negociações no Rio de Janeiro (veja texto nesta página).
Além de Durán-Ballén, participam da cúpula de Cumaná os presidentes Rafael Caldera (Venezuela), Gonzalo Sánchez de Lozada (Bolívia), Ernesto Samper Pizano (Colômbia) e Ernesto Pérez Balladares (Panamá).
O encontro celebra 200 anos de nascimento do marechal Antonio José de Sucre, um dos chamados " libertadores da América".
Nascido em Cumaná, ele foi lugar-tenente do general Simon Bolivar nas guerras de independência da América espanhola e tornou-se o primeiro presidente da Bolívia.
Conhecido como um gênio militar e apelidado de "o grande marechal de Ayacucho", Sucre morreu assassinado em 1820, aos 35 anos.

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