São Paulo, segunda-feira, 6 de fevereiro de 1995
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Serviço 190 é 'muro das lamentações' de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O serviço 190 se tornou a grande orelha de São Paulo. Pouca gente decora os telefones de outros serviços de emergência da cidade como os Bombeiros (193), Eletropaulo (196) e Comgás (197). Quase sempre as ligações vão parar no serviço da Polícia Militar.
Por causa disso, comandantes da PM defendem a centralização do atendimento de emergência, como acontece, por exemplo, nos EUA com o número 911.
"Devemos centralizar o atendimento e descentralizar a execução", diz o capitão Cid Rocha Jr., 40, chefe do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), que coordena o serviço 190.
No sistema atual, a maioria da chamadas ao 190 não geram ocorrência (envio de carros ao local). Das 335 mil chamadas atendidas em novembro passado, 53,8 mil geraram ocorrência. Com o serviço unificado, diminuiria o tempo desperdiçado pelos atendentes.
Desde a implantação dos aparelhos "pega-trote", no final de 1993, o número de trotes caiu de até 30% do total para 6%. Mas as seis equipes de cerca de 80 membros que se revezam no atendimento ao público ainda perdem tempo encaminhando ligações para outros serviços de emergência.
Há também várias ligações para comunicar crimes já ocorridos, como alguém que chega em casa e descobre que foi roubado. Estes casos devem ser encaminhados aos distritos policiais, já que o 190 não investiga crimes.
Há ainda pessoas que ligam para o 190 em busca de apoio emocional, que, segundo Rocha, "são atendidas na medida do possível".
A função básica do serviço, diz o capitão, é o policiamento preventivo, averiguação de suspeitos e atendimento assistencial a casos de emergência.
Quando o atendente recebe a chamada, ele tem três opções de procedimento. Enviar carro ao local, passar a ligação para o setor de atendimento ao público (que avalia casos menos urgentes) ou passar a ligação para o serviço de informações, que fornece dados sobre outros serviços públicos.

Rapidez
Numa ligação que gera ocorrência, em menos de um minuto as informações entram no computador do Copom e são transferidas para o setor de despachos.
O computador informa ao operador os carros mais próximos da ocorrência e o operador os aciona por rádio. A operação toda pode durar menos de três minutos. Na quinta-feira passada, às 15h50, 510 carros de patrulha estavam conectados ao 190.
Todas as comunicações do setor de atendimento ao público e de despachos são gravadas e ficam arquivadas por 30 dias para atender possíveis reclamações.

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