São Paulo, segunda-feira, 6 de fevereiro de 1995 |
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Diretor elogia Tarantino
DO "EL PAÍS" Nesta entrevista, Almodóvar fala também sobre os jovens e sobre Quentin Tarantino, que vê como um representante da nova geração de escritores que não lêem:"A verdade é que não conheço muito bem os jovens, muito jovens, entre 15 e 20 anos, e não sei como julgá-los. É evidente que a origem do prazer deles não está na literatura dos livros, mas nos quadrinhos, nos vídeos, na televisão, na publicidade ou nos jogos. Não os conheço, mas acho que têm a vida toda para descobrir o prazer de ler que, para mim, é comparável a todos os outros prazeres que a vida pode dar, com a vantagem que se pode fazer sozinho, o que simplifica bastante a existência. Acho interessante pensar que os que entre eles estiverem dispostos a ser escritores vão fazer uma literatura ou um cinema bem diferentes. Já há um exemplo claro disso: Quentin Tarantino e seu 'Pulp Fiction'. Eu o conheci pessoalmente e logo conversamos sobre literatura (porque tinha muita curiosidade de saber isso sobre ele): não tinha lido nada, ou quase nada, e seus filmes, que são essencialmente de ação, têm uma forte carga literária. É isso que os faz tão originais. Os maus, os bons ou as vítimas de seus filmes, antes de chegarem ao momento culminante, se largam a umas conversas descomunais e essa literatura —que é excelente— se converte nos filmes nos diálogos mais brilhantes que me lembro desde Woody Allen. E Tarantino provém do audiovisual mais canalha. Ele me confessou que assistiu a todos os filmes, inclusive aos mais infames." Texto Anterior: Almodóvar defende a necessidade da escrita Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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