São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995
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Sindicalistas cobram critério para demissões

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas enfrentou ontem à tarde a maior manifestação contra os cortes promovidos por sua administração. Durante o ato, sindicalistas e servidores acusaram o governador tucano de promover "um desmonte" do Estado ao demitir funcionários sem critérios.
Cerca de 500 funcionários, segundo os organizadores, foram até o Palácio dos Bandeirantes pedir a paralisação das demissões.
Documento do Fórum em Defesa do Patrimônio e dos Servidores Públicos diz que "tem-se buscado manter diálogos com Covas, mas a resposta de seu governo foi a demissão coletiva sem critérios e a intransigência".
O fórum reúne sindicatos de funcionários de empresas estatais, terceirizados (Baneser) e da administração direta (secretarias da Cultura, Bem Estar do Menor).
Segundo Edson Aparecido da Silva, representante da CUT, "sem a definição de critérios para as demissões, Covas pode paralisar as atividades do Estado".
Os sindicalistas querem uma auditoria para diferenciar os contratados irregularmente "daqueles que realmente trabalham".
No início da noite, Covas esteve com representantes do movimento para discutir as demissões. Ficou definido que o secretário Walter Barelli passará a se reunir com representantes dos servidores para avaliar a repercussão dos cortes nos setores do governo.
O governo afastou cerca de 14 mil funcionários desde 1º de janeiro, a maioria (9.250) do Baneser.
A cobrança por definição de critérios começou antes da manifestação dos servidores.
Durante audiência pública sobre a situação financeira da Emplasa (Empresa Metropolitana de Planejamento), Covas chegou a se irritar quando o assunto foi abordado por um sindicalista.
Fernando Bandeira, presidente do Sindicato dos Agentes Autônomos do Comércio (que representa funcionários da Emplasa), perguntou "se não seria necessário uma radiografia antes das dispensas".
Covas disse que os cortes feitos até agora na empresa só envolveram funcionários do Baneser e que qualquer decisão está se baseando em discussões com sindicatos.
Segundo ele, os cortes são parte de uma política para recuperar o Estado. A Emplasa tinha 534 funcionários. Foram cortados 164.

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