São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995 |
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Socióloga estuda qualificação no trabalho
DA REPORTAGEM LOCAL Discutir como a globalização da economia e a concomitante revolução tecnológica requerida pelos novos padrões de concorrência afetaram o trabalho e a qualificação do trabalhador é o objetivo da tese "O resgate da qualificação", de Elenice Monteiro Leite.O trabalho, apresentado para o doutorado em sociologia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, foi orientado pelo professor Heinrich Rattner e obteve nota dez com distinção. A socióloga foi buscar os dados para a elaboração de sua tese nas pesquisas realizadas pelo Senai-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Departamento Regional de São Paulo) em empresas industriais de São Paulo entre o final dos anos 80 e começo dos 90. Isto é, no momento em que o parque produtivo brasileiro começa a se defrontar com as exigências da concorrência internacional e com a busca de qualidade e renovação tecnológica. Para Elenice, a reestruturação produtiva do setor industrial implica mudanças para empresas e trabalhadores e, por extensão, para a formação para o trabalho. Tal mudança, no entanto, não é caracterizada como mera troca de máquinas, equipamentos e sistemas, mas como uma reestruturação dos modelos de organização e gestão produtiva. Para recuperar o sentido desta mudança e apontar as tendências da reestruturação e das novas necessidades de formação, a socióloga faz uma revisão dos estudos sobre a organização do trabalho e de seus primeiros modelos — como o fordismo-taylorismo. O fordismo-taylorismo é um conjunto de técnicas de organização do trabalho que reduziu ao mínimo a autonomia do trabalhador. Procurava mecanizar e rotinizar ao máximo as tarefas do operário com o objetivo de tornar o mais eficiente possível a produção em série e em massa. Uma caricatura do modelo foi levada ao cinema por Chaplin em "Tempos Modernos". Com a revolução da informática e da robótica, tal modelo tornou-se completamente obsoleto —trabalhadores que interfiram no processo e que possuam capacidade de se adaptar a mais funções passam a ser requeridos. Elenice se propõe a analisar esta mudança —do "operário-padrão" ao polivalente. Discute o papel da empresa neste processo —a qualificação específica no trabalho— e o papel e a importância da educação geral neste processo. Texto Anterior: Obra causa atraso no início de aulas em Ribeirão Próximo Texto: Adolfo Lutz adia lista correta de remédios Índice |
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