São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995
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Fiat amplia publicidade para garantir liderança

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Para tentar consolidar sua posição de liderança obtida há três meses no mercado automobilístico, a Fiat Automóveis ampliará os investimentos publicitários este ano.
A verba destinada às campanhas deve atingir US$ 20 milhões e saltar 17,6% em relação a 1994. Haverá mudanças na estratégia de mídia da montadora.
Aos comerciais de TV, que até o ano passado consumiam 80% da verba, será destinado pouco acima de 60%. O restante será empregado na veiculação de anúncios em jornais e revistas.
As campanhas serão criadas pela filial da Leo Burnett, agência norte-americana que há oito anos é responsável pela publicidade da marca na Itália, Bélgica, Alemanha, entre outros países europeus.
"Como a Fiat quer internacionalizar sua publicidade, colocou as contas em disputa, a exemplo do que ocorre na Itália", disse Nivaldo Nottoli, diretor de comunicação da Fiat.
Segundo ele, a MPM Lintas também participou da concorrência, que durou 45 dias e foi vencida pela Leo Burnett.
Essa versão se choca com a difundida pela agência no fim de semana, ao anunciar o rompimento com a Fiat, alegando discordar do sistema de licitação imposto pela montadora.
"Temos disponíveis as pastas com as campanhas apresentadas pela MPM Lintas", disse Nottoli.
Confrontado com essa informação, o publicitário Ercílio Tranjan, vice-presidente da MPM Lintas. Ele admitiu ontem que a agência participou da concorrência "em busca de uma definição sobre o novo sistema adotado".
A Fiat, segundo Nottoli, não planeja contratar outra agência na vaga aberta com a saída da MPM Lintas.
Líder do mercado brasileiro pelo terceiro mês consecutivo —deteve participação de 32,16% em janeiro—, a montadora prepara ofensiva publicitária.
"Estamos aguardando apenas planos de mídia e campanhas que estão sendo preparadas pela Leo Burnett", disse Nottoli. "Na posição de líder, vamos ser atacados por todos os lados."
Comerciais produzidos no exterior poderão ser veiculados no país.
"Mas apenas se fizerem sentido, pois a brasilidade tem de ser preservada", afirma Justus O'Brien, presidente da Leo Burnett que anteriormente chegou a criar peças publicitárias para o lançamento do Tipo.
Embora a agência, que faturou US$ 89 milhões em 1994, já possua clientes multinacionais (Procter & Gamble, Goodyear e United Airlines, entre outros), a Fiat passará a ser o cliente número um.

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