São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Governo estuda reduzir prazo de crediário; Longe dos bancos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Governo estuda reduzir prazo de crediárioA equipe do ministro Pedro Malan (Fazenda) estuda uma forma de reduzir os prazos das compras pelo crediário oferecidas pelo comércio. Hoje as compras a prazo financiadas por bancos estão limitadas a três meses, mas não há limite para as financiadas pelas próprias lojas. Encurtar os prazos gerais dos financiamentos é uma das poucas alternativas restantes para coibir o consumo, que se mantém alto desde o lançamento do Plano Real —apesar da série de restrições já adotadas. O governo, porém, não tem como reprimir diretamente os crediários oferecidos pelas lojas com recursos próprios. Por isso, a equipe procura uma forma de restringir as operações feitas pelo comércio para obter estes recursos. Ainda não há fórmula pronta na Fazenda para desestimular o crediário com recursos próprios do comércio —até porque a adoção de tal medida ainda depende da evolução do nível de consumo. É consenso, porém, que o controle do crédito não será mais feito com aumento dos recolhimentos compulsórios de recursos bancários ao BC (Banco Central), estímulo às importações ou elevação dos juros. Para a Fazenda e para o BC, as medidas de arrocho ao crédito bancário estão esgotadas e só persistem em vigor porque o nível de consumo ainda é alto —é o caso do recolhimento de 15% ao BC do valor de cada operação de crédito. Segundo o diagnóstico do BC e de especialistas de fora do governo, as medidas anticonsumo lançadas desde o real fizeram com que parte dos financiamentos passassem a ser feitos fora do sistema financeiro. Longe dos bancos "Quanto mais o governo apertar o crédito bancário agora, mais as operações serão feitas longe dos bancos", concorda Gustavo Loyola, ex-presidente do BC e sócio da MCM Consultores. Para Loyola, o consumo ainda não chega a ser uma grande preocupação para o governo, porque não há desequilíbrio em relação à oferta de produtos. A oferta tem se mantido suficiente graças ao crescimento das importações, segundo as avaliações dos especialista na área. O economista avalia que o governo pode lançar mão de medidas anticonsumo não para conter eventuais efeitos inflacionários, mas para afastar os riscos de déficit na balança comercial (exportações menos importações). Texto Anterior: Democratização do Estado e burocracia profissionalizada Próximo Texto: Pirelli procura novos parceiros no Brasil Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |