São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995 |
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Times perdem renda com público menor
HUMBERTO SACCOMANDI
Com alguns dos maiores estádios do Estado fechados, as partidas estão sendo disputadas em campos menores. Isso diminui a arrecadação dos clubes. O maior prejudicado pela crise vem sendo o Corinthians, equipe que tradicionalmente leva mais torcedores aos estádios. No Campeonato Brasileiro, o clube disputou em São Paulo uma semifinal (no Morumbi parcialmente interditado) e duas finais (contra o Palmeiras no Pacaembu). O público total dessas partidas foi pouco mais de 70 mil pessoas. "Teríamos mais de 70 mil em cada jogo, caso o Morumbi estivesse em ordem", disse Romeu Tuma Jr., do Corinthians. Caso sua equipe jogue no Parque São Jorge contra o Araçatuba, no domingo, o público não passará de 15 mil pessoas, abaixo da média do clube para jogos na capital. O São Paulo também perdeu muito com a interdição do Morumbi. Deixou de arrecadar US$ 200 mil com os shows dos Rolling Stones e de 12% a 15% da renda nas finais do Brasileiro. O primeiro clássico do Paulista, Palmeiras x Portuguesa, jogado no Canindé (capacidade para 25.500 pessoas), teve só 8.500 pagantes (abaixo da média do Palmeiras para jogos menores na capital). Naquele domingo, cerca de 60 mil pessoas lotavam o Pacaembu para o show dos Rolling Stones. No Pacaembu (para 45 mil pessoas e melhor localizado), o público poderia ter sido bem maior. O Santos vem jogando no Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista (capacidade para 15 mil pessoas). O estádio da Vila Belmiro (22 mil pessoas) passa por reformas. A renda é uma das três principais fontes de arrecadação dos clubes. As outras duas são os direitos de TV e o patrocínio de empresas. A queda de renda por falta de estádio ocorreu no Rio de Janeiro quando o Maracanã ficou fechado por vários meses, entre 1992 e 93. O Campeonato Carioca de 93 foi um fracasso de público e agravou a crise de vários clubes. Sem poder contratar, as equipes caíram de rendimento. Sem poder pagar o salário pedido por seus melhores jogadores, os clubes tiveram de vendê-los, principalmente para equipes paulistas. (HuSa) Texto Anterior: Clubes se opõem a novo estádio Próximo Texto: E na lá ponta vai um escafandrista? Índice |
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