São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995
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Preço do 'popular' pode subir 9%

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo quer aumentar de 0,1% para 8% o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos carros "populares". Com isto, estes modelos terão um aumento de preço em torno de 9%. Esta seria a segunda derrota dos consumidores, que terão que pagar mais 12 pontos percentuais sobre o Imposto de Importação (II) dos importados.
A decisão sobre o IPI dos "populares" deverá sair na próxima semana, em reunião da câmara setorial automobilística.
O governo também quer desistir da sua proposta original de realinhamento do IPI, que previa a redução deste imposto para carros médios e de luxo, o que traria queda dos preços desses modelos.
O recuo se deve ao fato de o governo não querer perder mais receita além do que ficou acertado na câmara, realizada anteontem.
Com o aumento do imposto para os "populares", o governo quer compensar a restituição do IPI e do Cofins para empresas exportadoras, decisão tomada na câmara setorial.
As decisões da câmara de aumentar de 20% para 32% o II dos importados e criar mecanismos de incentivo às exportações foram tomadas após a balança comercial ter apresentado déficit de US$ 1,3 bilhão em novembro e dezembro. Agora, com a previsão de queda da receita devido à concessão de incentivos à exportação, o governo procura meios para aumentar a arrecadação com a elevação do IPI dos "populares".
Sinais de que o governo não está disposto a reduzir o IPI de carros médios e de luxo partiram da ministra Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo).
"Não pode haver mais renúncia fiscal", disse ela após a reunião.
A proposta inicial previa a redução do imposto cobrado sobre veículos médios e de luxo, que hoje estão em 25% e 35%, respectivamente. A idéia era diminuir as diferenças entre as faixas de IPI. Agora, o governo quer somente elevar o imposto dos "populares".
A proposta sofre resistências, principalmente da Fiat. Esta alega que o governo assinou um protocolo que determinava a manutenção do IPI dos "populares" em 0,1% até dezembro de 96. Como não se conseguiu chegar ao consenso com relação à proposta, o governo deixou para a próxima semana uma definição sobre o tema.

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